Investigação de um incidente com falha de motor, ocorrido pouco mais de um mês atrás, mostra que um problema já conhecido antes do voo pode ter sido a causa do fato.
No dia 22 de outubro de 2020 um hidroavião turboélice De Havilland DHC-6-300 operado pela empresa aérea Trans Maldivian Airways, registrado sob a matrícula 8Q-TMR, estava realizando um voo de Malé para Medhafushi, ambas localidades nas Maldivas, com 14 passageiros e 3 tripulantes a bordo, quando se envolveu em um incidente no pouso.
Segundo reporta o Comitê de Investigação (AICC) da Autoridade de Aviação Civil (CAA) das Maldivas, o avião pousou normalmente na água dentro da lagoa da Ilha de destino (linha verde mais próxima da ilha na imagem abaixo), mas, ao aplicar empuxo reverso nos motores e hélices para diminuir sua velocidade, os conjuntos motopropulsores desenvolveram potências reversas assimétricas.
A aeronave começou a virar para a esquerda em seu deslocamento na água, e o comandante assumiu os comandos do DHC-6, que até então estavam com o copiloto, para tentar controlar a situação.
Sem sucesso na ação, a aeronave colidiu com uma embarcação ancorada, causando danos à asa esquerda e à hélice esquerda, além de danos à embarcação, que não tinha ninguém a bordo.
Após a colisão, o comandante taxiou a aeronave até uma plataforma onde os passageiros e a tripulação desembarcaram com segurança. Não houve feridos, mas a aeronave sofreu danos substanciais.
Descobertas preliminares
Entre as descobertas preliminarmente apresentadas pela AICC com base na investigação, os seguintes fatores são listados:
– As verificações de Desempenho do Motor, definidas no Cartão de Tarefa número 202457-363, exigindo check de desempenho do motor e de operação dos instrumentos do motor antes e após a manutenção EMMA (Equalized Maintenance for Maximum Availability, ou Manutenção Equalizada para Disponibilidade Máxima), foram realizadas em 19 de outubro de 2020 às 11h05 e em 20 de outubro de 2020 às 17h00, respectivamente.
As leituras de funcionamento do motor registradas mostraram que alguns parâmetros estavam fora dos limites, mas o ‘Formulário de solução de problemas e análise de giro de motor’ não tem entradas feitas, sugerindo que não houve ações corretivas tomadas para retificar as variações, antes de liberar a aeronave de volta ao serviço.
– A tripulação do dia anterior relatou uma decolagem rejeitada em Malé devido à observância de fraca potência reversa, e também relatou uma potência à frente “muito fraca”.
A AICC segue com a investigação em andamento, e apresentará mais informações e as recomendações de segurança quando emitir o Relatório Final do incidente.
Informações da CAA das Maldivas