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Avião monomotor Cirrus se acidentou após se aproximar demasiadamente de um jato Airbus A320 à frente

Em 16 de dezembro de 2021, por volta das 10 horas locais, um Cirrus SR22, de registro N162AM, foi destruído quando se envolveu em um acidente próximo ao Aeroporto McGhee Tyson em Knoxville, no estado americano do Tennessee.

Após a queda, o piloto do Cirrus relatou que, quando passava a 1.000 pés (300m) de altitude para pouso na pista 23L, o controlador de voo informou sobre um Airbus A320 da companhia Allegiant Air que se aproximava da curta final. Tendo contato visual com o Airbus, o piloto informou ao controlador e este, por sua vez, o liberou para pousar atrás do jato comercial.

Em seu depoimento, o piloto do SR22 não se lembrou se foram alertados sobre a possibilidade de esteira de turbulência de esteira ou não e também afirmou que o espaçamento do Airbus não pareceu incomum ou “muito próximo” em comparação com sua experiência em outros pousos atrás de aviões maiores.

Uma vez estabilizados na final para pouso, “senti um solavanco de esteira de turbulência”. O passageiro do Cirrus ficou preocupado e perguntou: “O que foi isso?” ao que o piloto que espondeu: “Foi esteira de turbulência.”

Pouco depois, a Cirrus inclinou-se aproximadamente 135° para a esquerda em menos de um segundo. O piloto aplicou o manche de maneira corretiva instintivamente e então gritou: “PULL CAPS PULL CAPS PULL CAPS”, para o acionamento do paraquedas de emergência, enquanto o passageiro alcançava e puxava a alça, o piloto conseguiu nivelar o avião mas ele ainda estava com o nariz apontado para baixo.

O paraquedas foi acionado com sucesso e em seguida, os ocupantes sentiram a desaceleração por alguns segundos antes de atingirem o solo. O piloto disse que o impacto foi relativamente leve em comparação com suas expectativas e, por um momento, sentiu alívio até que um incêndio começou de maneira instantânea e por toda a aeronave.

O piloto gritou para que o passageiro sair, enquanto rapidamente soltava o cinto de segurança e abria sua porta. Depois de sair do avião e correr uma distância segura, ele se virou e viu o passageiro ainda lutando para escapar. O passageiro então finalmente conseguir sair da aeronave, já em chamas.

Apesar de ter conseguido sair do Cirrus, o passageiro sofreu queimaduras de terceiro grau e veio a falecer no hospital, sendo a única vítima fatal do acidente. O piloto sofreu ferimentos graves, mas se recuperou.

A investigação conduzida pela NTSB revelou que não foram encontradas anormalidades no Cirrus SR22 do acidente, mas que a aeronave ficou a 1,5 milha náutica (2,7km) distante horizontalmente do Airbus da Allegiant.

Como único fator contribuinte para o acidente foi relato que o controlador de voo não avisou sobre a possibilidade de esteira de turbulência, que é causada pelo deslocamento de ar de uma aeronave.

Os controladores nos EUA são obrigados a informar para aeronaves menores e sob regras de voo visual, ainda que vetoradas (controladas), que existe uma chance de ocorrer a esteira de turbulência. A NTSB porém não informou se a separação mínima recomendada foi respeita.

A ICAO, a Organização Internacional de Aviação Civil, recomenda que a separação entre um avião do tipo do A320 e um da categoria do Cirrus seja de ao menos 5 milhas náuticas (9km) no caso de aproximações feitas sob vigilância radar, como foi o caso deste acidente de 2021. O relatório completo e em inglês está disponível neste link.

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