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Aviões da Europa devem voar com nova tecnologia anticolisão em voo em breve

O regulador de transporte aéreo europeu (EASA) está formalmente recomendando a adoção de regras que permitam às aeronaves usar a mais recente tecnologia de prevenção de colisões no espaço aéreo do continente. As aeronaves com peso máximo de decolagem acima de 5.7t são obrigadas a ter o sistema de prevenção de colisões TCAS 7.1.

No entanto, um conceito subsequente, conhecido como ACAS Xa, foi desenvolvido para melhorar o desempenho e capacidades do sistema, ao mesmo tempo que reduz a possibilidade de alertas desnecessários.

A Agência da União Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) elaborou uma opinião formal, que será submetida à Comissão Europeia, apoiando o uso do ACAS Xa e impedindo a restrição de aeronaves equipadas com Xa.

O ACAS Xa é compatível com o TCAS 7.1. Mas enquanto o TCAS se baseia exclusivamente na decodificação do transponder para determinar e projetar as posições das aeronaves, o ACAS Xa não usa regras codificadas, empregando em vez disso um modelo probabilístico de espaço aéreo.

Ele detecta ameaças usando um processo de decisão de Markov, usando uma representação estatística de onde a aeronave intrusa provavelmente estará no futuro para determinar o melhor curso de ação. Os alertas são baseados em “risco percebido” e “filtram” muitos potenciais avisos de resolução onde esse risco é baixo, diz a organização de navegação pan-europeia Eurocontrol.

O ACAS Xa é essencial para a evolução dos conceitos de espaço aéreo – tanto na Europa quanto nos EUA – permitindo a redução do espaçamento entre as aeronaves. O TCAS não é compatível com tais conceitos, pois geraria muitos alertas desnecessários.

Variações do ACAS Xa também permitirão que os sistemas de prevenção de colisões sejam estendidos para outras categorias de aeronaves, ao contrário do TCAS que está restrito a aeronaves capazes de atender critérios de desempenho específicos, como uma taxa de subida de 2.500 pés/min.

A instalação do ACAS Xa não será obrigatória. A opinião da EASA afirma que os operadores ainda devem ter a escolha de instalar o Xa ou o TCAS 7.1.

A EASA acrescenta que a opinião se concentra apenas em permitir o uso seguro do ACAS Xa, embora reconheça o potencial de outras variações, como o ACAS Xo – destinado a aproximações paralelas de espaçamento próximo – e conceitos mais amplos como ACAS Xr e Xu, respectivamente para aeronaves de asa rotativa e veículos aéreos não tripulados.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.