Aviões estão voando na Rússia com freios comprometidos por falta de peças

O Grupo Aeroflot, o maior transportador aéreo da Rússia, está enfrentando um problema cada vez maior e que tem sido denunciado pela mídia local: pelo menos nove de suas aeronaves devem operar, por enquanto, sem freios totalmente operantes devido às sanções ocidentais que dificultam ou impedem a importação de determinadas peças pelos meios legais.

O Departamento de Operações de Voo da companhia informou em um boletim interno que os cinco Boeing 777, os dois Airbus A321, um A320 e um A330 não devem ser usados com freios ativados, pois existe o risco de perda de controle e saída de pista. O empuxo reverso poderá ajudar a parar a aeronave, mas não tem a mesma eficiência que os freios a disco.

Devido ao alto nível de preocupação dos pilotos, o conteúdo desse boletim foi vazado para a mídia. Segundo a The Moscow Times, as sanções contra o país impedem que a empresa importe peças de aeronaves ocidentais e mesmo assim ela ainda opera com estes aviões.

O governo russo tem trabalhado na produção de aeronaves de fabricação nacional, totalmente isentas de peças de fabricantes ocidentais. Porém, esse processo tomará muitos anos para ser concluído e as companhias aéreas locais continuarão dependendo de soluções criativas para manter seus aviões voando.

Por enquanto, é importante que os passageiros saibam que os pilotos destas aeronaves russas terão que passar por novos desafios de voo e algumas vezes podem não ser capazes de pousar com segurança em condições adversas. É preciso que a agência de aviação e o governo assumam a responsabilidade de assumir esse problema.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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