Azul conquista autorização para aproximações ILS CAT II com o Airbus A350

Na sequência de haver obtido autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para realizar voos comerciais com a aeronave Airbus A350-900, a mais recente e maior já operada em sua história, a Azul Linhas Aéreas amplia o leque de aprovações com a liberação para aproximação ILS CAT II nos jatos deste modelo.

Nas últimas semanas, a Azul vinha realizando uma série de voos de teste e treinamento com a nova aeronave, sendo diversos deles entre Campinas e Porto Alegre. Um dos objetivos desses voos era realizar aproximações CAT II, visando à homologação.

O que é ILS

O ILS (Instrument Landing System, em português: Sistema de Pouso por Instrumento) é um dispositivo que fornece ao piloto duas informações essenciais: o eixo da pista e a trajetória ideal de planeio. O sistema auxilia o piloto no pouso sob condições de teto e visibilidade restritas, cujos parâmetros são previamente definidos pela categoria do ILS.

Há três categorias de ILS

Cat I: Altura de decisão (mínima): 60 m / Visibilidade: Entre 800 e 550 m

Cat II: Altura de decisão (mínima): 30 m / Visibilidade: Não menos que 300 m

Cat III: A: Altura de decisão (mínima): 30 m / Visibilidade: 175 m

B: Altura de decisão (mínima): 15 m / Visibilidade: 175 m

C: Teto ZERO / Visibilidade ZERO

Como observado na listagem acima, a altura e a visibilidade variam de acordo com a categoria do sistema. No caso do ILS Cat 3A, a aeronave é conduzida até uma altura de 30 metros sobre a cabeceira da pista, exigindo também uma visibilidade mínima de 175 metros como parâmetro para o prosseguimento do pouso.

Essa distância na qual o piloto de uma aeronave – que se encontra sobre o eixo da pista – pode ver os sinais de da superfície da pista é chamado de RVR  (Runway Visual Range, em português, Alcance Visual de Pista)

O ILS Cat 3A é, em particular, é muito utilizado em aeroportos localizados sobre zonas de influências meteorológicas complexas, onde ocorrem fenômenos que restringem severamente as operações aéreas, tais como as tempestades de neve, por exemplo.

Para usar esse sistema, porém, as aeronaves devem possuir tripulações habilitadas para tanto, bem como os equipamentos necessários. Naturalmente, equipar aeronaves e, sobretudo, treinar e habilitar tripulações para o uso do sistema incorpora custos.

Tais custos recaem sobre as companhias aéreas, que, no entanto, têm a autonomia para decidir seus respectivos níveis e padrões de excelência para a navegação aérea, consoante às normas de segurança e os regulamentos da aviação civil de seus países.

Com informações do DECEA (adaptado)

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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