BH Airport fala dos riscos e suas medidas preventivas em relação a animais no aeroporto

Imagem: BH Airport

A concessionária BH Airport informa que mais de 340 animais silvestres foram capturados em 2022 pelos profissionais de manejo de fauna do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte – Tancredo Neves, em Confins (MG). Em janeiro e fevereiro deste ano, já foram 33, o que se reflete em cuidados com a preservação das espécies e segurança operacional.

Um exemplo recente, em outro aeroporto, é o de um avião que precisou arremeter no aeroporto de Vitória (ES) pela presença de caranguejo na pista. O fato parece inusitado, mas encontrar com animais nos arredores de um aeródromo é bem mais comum do que as pessoas imaginam e demanda um rigoroso trabalho de manejo de fauna para segurança das operações e também para a preservação ambiental.

Assim, a concessionária apresenta informações sobre como o controle da fauna é realizado por uma equipe especializada no BH Airport, em que biólogos e veterinários combinam diversas metodologias para oferecer a segurança das operações juntamente com a proteção da fauna local.

“No BH Airport, a segurança é a principal regra do jogo e essa atenção aos animais reflete diretamente nas operações de pouso e decolagem das aeronaves. Por aqui, o monitoramento da fauna é constante, com a realização de vistorias periódicas para que o aeroporto esteja sempre operacional e a fauna do entorno protegida”, ressalta Gustavo Anfra, gestor de Desenvolvimento Aeroportuário.

Diariamente, a área de manejo de fauna da concessionária contribui no afugentamento e/ou captura das espécies, direcionando os animais para áreas preservadas e seguras, afastadas do aeroporto. Nesse processo, essa equipe tem o apoio da falcoaria, metodologia que utiliza aves de rapina para a caça em cooperação com as pessoas.

“Para garantir o sucesso das atividades, considera-se que a ave está em primeiro lugar e o seu bem-estar deve ser assegurado em todos os momentos. As aves utilizadas pela falcoaria são sempre oriundas de criadouros registrados no órgão ambiental competente, possuem nota fiscal e anilhas de identificação de origem”, explica Gustavo Anfra.

Além das aves, o BH Airport conta ainda com a atuação de um cão treinado para afugentamento de espécies durante as rondas. O animal é treinado para auxiliar nas atividades de identificação de ninhos, ovos e aves no sítio aeroportuário. Vale ressaltar que o cão é proveniente de criadouro registrado, está devidamente vacinado e recebe cuidados veterinários adequados ao seu bem-estar.

O risco de animais na pista

Em 2021, um caso ressaltado pela imprensa brasileira foi de uma aeronave que atropelou uma capivara. Após o incidente, durante a decolagem, o avião precisou realizar um pouso de emergência.

Depois de atropelar a capivara, os pilotos subiram a até 9 mil pés (2.740 metros) de altitude e realizaram uma série de órbitas (padrão circular de espera em voo) para queimar combustível. Em seguida, realizaram o pouso. O avião foi rebocado ao terminal para desembarque dos passageiros.

Passagem de fauna evita acidentes

A passagem de fauna do aeroporto permite o deslocamento de animais que vivem em áreas florestais remanescentes no sítio aeroportuário, o que evita o atropelamento na rodovia LMG 800, principal ligação ao terminal.

Em dois anos de projeto implantado, 12 espécies da fauna silvestres já foram identificadas utilizando a estrutura, entre eles mamíferos típicos da área de transição entre mata atlântica e cerrado.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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