
O Boeing 727 que tem sido motivo de disputa entre a Prefeitura de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e o Ministério Público, voou antes na Fly Linhas Aéreas com a matrícula PP-BLR (msn 1394). As informações foram atualizadas ao AEROIN por fontes que acompanham o andamento do processo na justiça.
Olhando para a história da aeronave, trata-se de uma máquina produzida em 1978, portanto há 44 anos, e entregue originalmente à Alitalia. Em 1984 foi repassada à americana People Express e, posteriormente, incorporada pela Continental Airlines. Ali voou até 1998, até que foi estocada no deserto californiano, vindo a encontrar um novo destino na Fly Linhas Aéreas a partir de 2001.
Sua vida na aviação brasileira foi curta e, com o encerramento das operações da Fly, acabou armazenada, primeiro no aeroporto de Guarulhos, depois no Galeão, desde 2003.
O imbróglio
Segundo a prefeitura da cidade fluminense, a aeronave teria sido doada e o seu projeto era levá-la até a Praça Irineu Mendonça, no centro de Ipiabas, onde seria montada para servir como atrativo turístico.
O custo previsto no edital para preparação da carcaça no aeroporto de Rio de Janeiro e transporte até a cidade do interior seria de R$ 800 mil, mas o projeto acabou embargado na justiça, com uma liminar suspendendo o leilão. Segundo a decisão da Justiça, a Prefeitura não teria sido capaz de justificar os custos e nem apresentou um plano detalhado de manutenção do atrativo turístico.
No entanto, a liminar já foi derrubada por outra decisão, a Suspensão de Liminar número 0046403-56-2022.8.19.0000. Na suspensão, o relator diz que o poder judiciário não pode interferir na administração pública e que os pregões organizados pela prefeitura foram aprovados pela Corte de Contas, restando autorizado para seguir adiante.
Por ora, o caso segue atribulado. O croqui abaixo mostra como deve ficar o Boeing 727 na praça, montado no lugar onde está hoje uma quadra poliesportiva, caso o projeto avance.