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Um 777X, o novo modelo comercial da Boeing e o maior bimotor já construído na história da aviação, perdeu seu cone de aferição de dados durante ensaio de voo nesta quarta-feira, 13 de maio.
Segundo informação de Matt Cawby, um entusiasta de Everett que acompanha as movimentações dos aviões da fabricante norte-americana, o 777-9 de matrícula N779XW, também designado como WH001 por ser o primeiro 777X produzido, perdeu o dispositivo quando sobrevoava a posição geográfica 47º 59′ 02″N 119º 20′ 06″W.
Segundo Matt, a aeronave perdeu o “trailing cone”, como chamado em inglês, durante um teste de alta velocidade.
During a high speed expansion test today, 777-9 WH001 lost the trailing cone at 47 59 02N 119 20 06W. It's probably still on the ground unless somebody found it and now has a nice collectible pic.twitter.com/g8lyWf0rLI
— Paine Airport (@mattcawby) May 14, 2020
Mas afinal, o que é esse cone?
Como a maioria das pessoas nunca viu um cone como este pendurado na cauda dos aviões, se você faz parte dessa maioria, deve estar se perguntando: “Mas o que raios é isso, afinal?”.
Esse cone não é visto frequentemente porque ele é utilizado apenas para aquisição de dados em ensaios de voo de novos aviões ou em voos de aferição de instrumentos. Sua função é coletar informações atmosféricas para definir, por exemplo, a altitude e a velocidade do jato.
Com isso, torna-se possível confrontar o valor aferido pelo cone com o que está sendo apresentado pelo instrumento da aeronave, permitindo a calibração deste.
E para sermos mais precisos, vale destacar que ele não é apenas um cone. Ele é constituído de um duto cilíndrico com o cone preso em seu final. Nesse duto é onde se localizam os dispositivos de aquisição de dados, enquanto o cone tem apenas a função aerodinâmica de manter o duto elevado e estável no fluxo de ar.
Por que pendurado lá na ponta da cauda?
Se você faz parte da minoria que já viu outras vezes o cone em uso, deve ter notado que praticamente sempre ele é fixado por um cabo na ponta da cauda. Essa posição tem um objetivo claro.
Sempre que um avião voa através do ar, ele causa alterações no fluido ao deslocá-lo para vencer a resistência oferecida. Assim, qualquer posição próxima ou atrás da fuselagem e das superfícies de sustentação, como asas e empenagens, sofre variações de pressão e velocidade do ar, alterando os parâmetros captados pelo dispositivo.
Assim, ao fixá-lo na parte superior da cauda, e com uma certa distância dada pelo comprimento do cabo, garante-se que o fluxo de ar chegue ao conjunto com uma influência desprezível de variações causadas pela aeronave.
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