Boeing adia aumento na produção do 737 MAX, refletindo desafios na cadeia de suprimentos

Imagem: Spirit AeroSystems

A Boeing informou aos seus fornecedores que atrasará em três meses uma importante meta de produção da família 737 MAX, segundo fontes da indústria citadas pela Reuters. Este ajuste é um novo indicador da situação da empresa, que necessita aumentar o ritmo de produção, mas terá de esperar pelo menos um trimestre.

Um novo calendário de fornecedores comunicado à indústria prevê que a produção do 737 atinja 42 unidades por mês em setembro, em comparação com a meta anterior de atingir essa produção em junho, disseram as fontes. A Boeing não comentou o assunto.

A produção da Boeing desacelerou drasticamente sob pressão e aumento do escrutínio da FAA, das companhias aéreas e dos legisladores, após um acidente em janeiro, quando um painel da fuselagem caiu de um 737-9 da Alaska Airlines em pleno voo.

O cronograma de fornecedores da Boeing estabelece expectativas sobre quando os fornecedores devem atingir uma determinada taxa de produção. Os analistas dizem que isso não reflete necessariamente a produção real, que já enfrenta atrasos devido ao aumento das auditorias da FAA e a problemas na cadeia de abastecimento.

A situação da Spirit AeroSystems também não ajuda e a Boeing terá que tomar uma decisão em breve em relação ao seu fornecedor de fuselagem, que está lutando para se manter à tona num contexto financeiro e de qualidade de produção extremamente complexos, informou o Aviacionline.

A cadeia de suprimentos no limite

No entanto, a decisão da Boeing de adiar a meta de produção do 737 MAX indica que acredita que as pressões sobre os fornecedores não estão diminuindo. A Airbus, já o maior fabricante de aeronaves do mundo, também se prepara para novas perturbações no curto prazo devido à escassez de peças e de mão-de-obra.

O novo calendário de fornecedores prevê que a produção chegará a 47 unidades por mês em março de 2025, em vez de janeiro do mesmo ano. A produção chegaria a 52 unidades por mês em setembro de 2025, em vez de junho.

As ações da Boeing caíram 2,2% nas negociações de sexta-feira. No mês passado, a empresa disse que 2024 será um ano deficitário e que as entregas não aumentarão no segundo trimestre como inicialmente esperado.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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