A Airbus e a Boeing enfrentam, desde o início da pandemia, dificuldades para obter matérias-primas para a construção de suas aeronaves, particularmente titânio e alumínio. Para resolver esse problema, tanto elas quanto a brasileira Embraer estão recorrendo à Arábia Saudita, que pode assim se tornar um jogador importante na indústria.
Buscando diversificar sua economia e se afastar do petróleo como principal fonte de receita, o país está focando na mineração. Segundo o Aviacionline, a Autoridade Geral de Aviação Civil da Arábia Saudita (GACA) está mantendo conversas com os fabricantes para o fornecimento desses metais e também poderia considerar o aumento da produção local de componentes de aviões.
Abdulaziz Al-Duailej, presidente da GACA, declarou que “Boeing, Airbus e Embraer demonstraram interesse nas matérias-primas e em estabelecer instalações para certos componentes no reino”.
Nesse sentido, a Boeing assinou um memorando de entendimento com o conglomerado local Tasnee, que produz cerca de 10% do titânio do mundo, para explorar o desenvolvimento da indústria na Arábia Saudita.
Além disso, o país está realizando investimentos multibilionários na indústria da aviação, visando atrair 100 bilhões de dólares para o setor, aportados principalmente por seu fundo soberano de riqueza. Al-Duailej estima que cerca da metade desse investimento será destinada a aeroportos e infraestrutura, enquanto o restante será direcionado para aviões e outras atividades relacionadas à aviação.
A GACA planeja privatizar os aeroportos sauditas até 2030, começando pelo Aeroporto Internacional de Abha, na região sul.
A aviação saudita está em franco crescimento. Recentemente, a Saudia anunciou seu maior pedido ao comprar 105 aviões da Airbus. No ano passado, fez um pedido igualmente importante à Boeing. Além disso, o fundo soberano de riqueza da Arábia Saudita lançou a Riyadh Air, uma nova companhia aérea que também comprou dezenas de aeronaves.
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