Boeing apresenta “plano de melhoria contínua” para ver se sai do atoleiro de problemas recorrentes

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A Boeing tem enfrentado desafios significativos em suas práticas de fabricação de aeronaves e, em um esforço para resolver esses problemas, se encontrou com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) em 30 de maio. A empresa apresentou um “plano para melhoria contínua”, objetivando transformar sua cultura de segurança e implementar ações corretivas.

Mike Whitaker, administrador da FAA, ressaltou que haverá garantia de “mudanças duradouras” nas fábricas da Boeing. Ele também deixou claro para o CEO da Boeing, Dave Calhoun, e outros líderes seniores que o plano não marca o fim da supervisão intensificada da Boeing e seus fornecedores, mas o início do próximo capítulo.

A Boeing afirma que seu plano se baseia em descobertas de auditorias da FAA e recomendações de sua revisão interna, além de feedback de seus próprios funcionários. O plano abrange o aumento do treinamento da força de trabalho, a simplificação dos processos de produção, a eliminação de defeitos e o fortalecimento de sua cultura de segurança.

O incidente de 5 de janeiro com um Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines despertou maior supervisão da FAA. Durante o voo 1282, uma explosão resultou na ejeção de um painel de porta da cabine central, criando um buraco no fuselagem.

A investigação subsequente revelou que os trabalhadores da Boeing removeram o plugue da aeronave da Alaska durante o processo de montagem, mas, aparentemente, falharam em fixá-lo corretamente. O incidente resultou no aterramento da maioria da frota global de 737 MAX 9, afetando principalmente a Alaska Airlines e a United Airlines.

A Boeing perdeu US$ 355 milhões no primeiro trimestre devido ao retardamento da produção. A aeronave 737 tem agora a produção limitada a 38 jatos por mês, até que a FAA esteja satisfeita com o progresso da Boeing. A empresa também implementou um sistema de gerenciamento de segurança obrigatório para identificar perigos e gerenciar riscos.

Na tentativa de controlar melhor a qualidade da produção, a Boeing está em conversas para potencialmente reaquisir a Spirit, uma empresa que foi desmembrada pela própria Boeing em 2005.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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