A Boeing enfrenta um declínio de confiança de seus clientes tradicionais após uma série de incidentes ao longo dos anos, sendo o mais recente com a Emirates, um de seus mais importantes e maiores clientes.
Após o incidente com o MAX 9 da Alaska Airlines, a Emirates anunciou que abriria suas linhas de montagem para todos os clientes que desejassem verificar de perto seus processos de fabricação.
Segundo o CEO da Emirates, Tim Clark, em declarações ao Financial Times, a companhia aérea enviará seus engenheiros para inspecionar os processos de fabricação das aeronaves que deve receber. No entanto, não está claro se essas checagens serão apenas para a frota da Emirates ou também para a frota da Flydubai. Clark afirmou que a Boeing sofreu um declínio na qualidade de seus produtos nos últimos anos.
Atualmente, o 777 é o modelo mais comum na frota da Emirates, com 144 unidades e uma idade média de 11 anos. Entre esses aviões, estão 10 unidades do 777-200LR, 11 unidades da versão de carga, o 777F, e 123 unidades do 777-300ER.
Além desses aviões, a Emirates encomendou 205 unidades da nova versão do 777, o 777X. Destes, 35 são para a variante menor, mas com maior alcance, o 777-8X, e as 170 restantes para o 777-9X, sendo a principal cliente do programa e um salvaguarda para a Boeing neste projeto.
Adicionalmente, após a última mudança realizada no Dubai Airshow, a companhia aérea também tem 20 unidades do 787-8 e 15 do 787-10 pendentes para entrega, mas não há data definida para isso.
A Flydubai também opera aviões Boeing, mais especificamente 29 unidades do 737-800, 53 unidades do MAX 8 e 3 unidades do MAX 9 com mais aeronaves pendentes para receber. Recentemente, durante o Dubai Airshow, surpreenderam ao encomendar 30 unidades do 787-9.
Estas duas companhias aéreas são muito importantes para a Boeing e seu futuro, e perder sua confiança não é um bom sinal. Parece que a fabricante americana já está trabalhando para remediar isso e voltar à qualidade de alguns anos atrás.
