Boeing perde o poder de auto-certificar o modelo 787; FAA quer olhar um a um

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) decidiu retirar o poder que havia concedido à Boeing para emitir certificados de aeronavegabilidade para o 787 Dreamliner. A agência federal – encarregada, entre outras questões, de garantir a segurança das aeronaves – disse ao Wall Street Journal que planeja “inspecionar e aprovar cada um dos 787 individualmente” em vez de permitir que o fabricante o faça. 

Este é o último de uma série de obstáculos que a Boeing terá que superar se quiser retomar as entregas do modelo, efetivamente suspenso há quase um ano, lembra o site parceiro Aviacionline.

A agência governamental geralmente delega a emissão de certificados de aeronavegabilidade aos próprios fabricantes. Segundo investigações do Congresso, esse foi um dos principais motivos sistêmicos que levaram a falha de projeto do 737 MAX – que deixou 346 mortos e o modelo suspenso por quase um ano e meio – não ter sido detectada. 

Desde então, a FAA aumentou a pressão sobre a Boeing, não aprovando mudanças de projeto e até mesmo conduzindo pessoalmente inspeções em quatro 787 fora da linha de produção.

A agência disse em comunicado que esta decisão “vai confirmar a eficácia das medidas que a Boeing implementou com vista a melhorar o processo de fabricação do 787”. De acordo com o regulador, o escrutínio “será mantido até que haja garantia de que o controle de qualidade e os processos de produção da Boeing atendam aos padrões federais de design”.

De acordo com estimativas da indústria, a Boeing tem cerca de 100 787 não entregues avaliados em mais de US$ 25 bilhões. As entregas seriam suspensas até pelo menos a primavera ou o início do verão.

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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