Boeing segue lidando com o intenso escrutínio dos reguladores e promotores após a recente ocorrência com o 737 MAX

A porta tampão que saiu do voo AS1282 | Divulgação – NTSB

A Boeing está lidando com uma intensificação da vigilância dos reguladores e promotores dos Estados Unidos sobre suas práticas de segurança e qualidade, como desdobramento do incidente ocorrido em 5 de janeiro, em que uma porta-tampão de uma saída de emergência desativada da fuselagem de um Boeing 737 MAX 9 se soltou em um voo da Alaska Airlines. Este incidente resultou em um escrutínio renovado sobre a empresa, afetando tanto sua produção quanto sua administração, informou nesta semana a Reuters.

O fabricante de aviões está produzindo seus jatos MAX, que são cruciais para o seu fluxo de caixa, em uma taxa reduzida enquanto trabalha para resolver os problemas identificados. Este cenário também desencadeou uma reestruturação na alta administração da Boeing e levou a uma queda significativa no preço de suas ações ao longo deste ano.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) está investigando as declarações da Boeing sobre suas práticas de segurança, com foco em determinar se a empresa ou seus executivos enganaram investidores, violando as regras do regulador de Wall Street. A Bloomberg News informou sobre esta investigação em 9 de maio.

A Administração Federal de Aviação (FAA), em 11 de janeiro, anunciou a abertura de uma investigação formal sobre os aviões 737 MAX 9 da Boeing após o incidente com o painel da cabine, afirmando que o ocorrido “nunca deveria ter acontecido e não pode acontecer novamente“.

Posteriormente, ainda em janeiro, a FAA informou que não permitiria a expansão da produção do 737 MAX até que fosse estabelecido um processo de inspeção e manutenção para os aviões que foram mantidos fora de operação após o incidente. No dia 28 de fevereiro, a FAA exigiu que a Boeing desenvolvesse um plano de ação abrangente para resolver “questões sistêmicas de controle de qualidade” dentro de 90 dias, após uma reunião de um dia inteiro com o CEO cessante da empresa, Dave Calhoun.

Na última sexta-feira (17), Calhoun declarou que a empresa se reunirá com a FAA “dentro de algumas semanas” para apresentar um plano final que cumpra o prazo de 90 dias imposto pelo regulador dos EUA.

Departamento de Justiça

Em março, o FBI notificou os passageiros que estavam no voo da Alaska Airlines de que poderiam ser vítimas de um crime, conforme cartas vistas pela Reuters. No início de maio, o Departamento de Justiça (DOJ) afirmou em um processo judicial que a Boeing violou suas obrigações em um acordo de 2021, que protegia a empresa de processos criminais relacionados aos acidentes fatais dos 737 MAX em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas. O DOJ instruiu a Boeing a responder até 13 de junho e pretende decidir se processará a empresa até 7 de julho, conforme o processo.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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