Boeing ultrapassa em muito a Airbus em encomendas no mês de setembro, mas ainda perde no ano

Imagem: Boeing, via YouTube

A Boeing teve um mês de vendas excepcional em setembro, superando confortavelmente o seu rival europeu Airbus. No entanto, os atrasos na produção decorrentes de novos problemas com o 737 MAX não permitem que as entregas cresçam no mesmo ritmo, reporta o Aviacionline.

De acordo com o Seattle Times, a Boeing registrou um total de 214 novos pedidos de aeronaves comerciais no mês passado. Isto catapultou as vendas bem acima das da Airbus, já que o fabricante europeu reportou apenas 23 novas encomendas de aeronaves durante o mesmo mês.

O tráfego aéreo global está em sólida recuperação e já atinge 97% dos níveis pré-pandemia. Contudo, a produção dos dois maiores fabricantes mundiais não seguiu o mesmo caminho. Isto está a gerar uma forte procura de aeronaves que realmente saem das linhas de produção e as companhias aéreas estão a fazer encomendas enormes para garantir a sua posição nas listas de espera.

Até setembro, a Boeing garantiu 724 novos pedidos líquidos, enquanto a Airbus recebeu 1.241. No entanto, nem tudo são rosas: os dois fabricantes estão produzindo aeronaves a um ritmo inferior ao do período pré-pandemia.

Em setembro de 2018, antes dos acidentes do 737 MAX, a Boeing havia entregue 568 aeronaves. Este ano, a Boeing entregou apenas 371 aviões até setembro, marcando um declínio de 35%. 

A Airbus, por sua vez, entregou 508 aeronaves até setembro de 2018. Apesar dos problemas na cadeia de abastecimento causados ​​pela pandemia, o fabricante europeu supera de longe o seu homólogo americano este ano, tendo entregue 488 aeronaves até setembro.

O atraso significativo na recuperação da Boeing deve-se principalmente a uma série de problemas de qualidade, que afetaram sucessivamente os programas 737 MAX e 787. No mês passado, descobriu-se que as fuselagens do MAX tinham furos perfurados incorretamente.

Como resultado dos trabalhos de reparação, descritos como muito complexos pelo CFO da empresa, a Boeing entregou apenas 15 737 MAX em setembro, o menor número mensal em dois anos. O fraco desempenho do modelo foi parcialmente compensado por uma melhor taxa de entrega do 787. Em setembro, a Boeing entregou 10 Dreamliners, marcando a primeira vez neste ano que as entregas atingiram dois dígitos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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