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Brasil estaria negociando caças F-16 usados com os EUA, aponta revista

Foto: DepositPhotos

O Brasil pode ter em breve um novo caça em seu arsenal, mais especificamente o mais popular avião de combate no Ocidente: O Viper.

O Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon, também conhecido como Viper, tem mais de 4.700 unidades produzidas e é utilizado por praticamente todos os aliados dos EUA. Na América Latina, a aeronave é hoje operada pelo Chile e Venezuela, e no próximo ano será também pela Argentina.

No passado, o caça já foi oferecido pelos EUA para a Força Aérea Brasileira (FAB), ainda no programa FX, que antecedeu o FX-2 que escolheu o caça SAAB Gripen E/F (NG). Porém, esta primeira licitação foi cancelada e o Brasil comprou caças franceses Mirage 2000 usados como tampão até que uma nova licitação (FX-2) fosse feita, com o processo total de escolha levando em torno de 15 anos.

A recusa da FAB pelo F-16 no programa inicial seria o fato da aeronave já apresentar uma certa idade de projeto (que este ano celebra 50 anos), mesmo já existindo versões mais modernas, principalmente considerando que o processo se arrastou por muitos anos, e várias novas versões do Viper foram lançadas neste período.

Neste longo tempo de licitação, também foram oferecidas unidades usadas de versões anteriores para cobrir o período até a chegada de novos caças, o chamado “tampão”.

Agora o Falcon está de novo no radar da FAB, segundo a revista de inteligência Janes informa. Uma fonte na Aeronáutica informou para a conceituada revista que o Brasil já está negociando com os EUA um lote de 24 caças F-16 usados, que viriam de lotes excedentes da USAF, a Força Aérea Americana.

Esta opção já foi inclusive colocada pela FAB em alguns slides durante as apresentações recentes ao congresso nacional, colocando como “segundo caça” na frota e com fotos do F-16, mas sem menção escrita ao caça americano.

O principal motivo da procura por um segundo avião de combate é o fato de que os 36 caças Gripen encomendados/em operação não serão suficientes para substituir todos os 44 caças F-5 Tiger II, e principalmente cumprir a missão dos aviões de reconhecimento e ataque ao solo Embraer AMX, que são hoje 50 unidades na FAB.

O lote extra do Gripen para ocupar o espaço do AMX tem um preço elevado para o orçamento atual e futuro da FAB, que agora está “procurando uma opção com custo menor” como informa a Janes.

Os F-16 seriam usados principalmente para a função de ataque e reconhecimento do AMX, deixando o Gripen para a dominação aérea, exatamente por ser uma aeronave mais moderna e com maior chance de sobrevivência neste cenário de espaço aéreo contestado.

Hoje a USAF tem caças F-16 das variantes Block 30/32, 40/42 e 50/52, sendo que estes dois últimos pares terão 600 unidades modernizadas para o padrão F-16V (Block 70/72), que é o que está em produção atualmente e será também adotado pelos EUA através de modernizações, além de já ter encomendas “0km” de aliados como Bahrain, Taiwan e mais recentemente a Turquia.

Com isto, para a FAB, devem ser oferecidas aeronaves principalmente das versões 30/32 e 40/42, também visando o baixo custo por serem aviões mais antigos e menos modernos. Por outro lado, o F-16 é um caça conhecido pela sua alta modularidade e capacidade de receber expansões, e é possível que o Brasil opte por alguma modernização extra ou alteração nos sistemas.

Uma das opções que a FAB pode exigir é por serem caças Viper com motores General Eletric F110, que compartilha parte da engenharia e peças com o GE F414 que equipa o Gripen NG, logo reduzindo custos e trabalho de manutenção.

O Falcon foi fabricado originalmente apenas com motores Pratt & Whitney (PW), porém os motores GE se provaram ser mais econômicos, confiáveis e potentes, sendo hoje o único oferecido hoje para os novos modelos e a maioria que equipa os Vipers da USAF.