Brasil se recusou a vender aviões Super Tucano para a Ucrânia, afirma NYT

Imagem: Embraer

O Embraer Super Tucano teve sua venda para a Ucrânia barrada pelo governo, segundo reporta o The New York Times. O caça de ataque leve com maior experiência em combate no mundo faria parte da defesa ucraniana contra a invasão russa, mas o plano foi barrado por Brasília

A primeira negativa foi para o envio de blindados antiaéreos KMW Gepard e suas respectivas munições no calibre 35mm para a Ucrânia, que estava prestes a receber o veículo que utiliza o chassi do tanque Leopard 1, também usado pelo Brasil.

Por ser um tanque mais antigo, o Leo 1 e o Gepard não estão mais em produção, assim como sua munição é feita apenas pela Rheinmetall, fabricante suíça do canhão de 35mm, que recusou a venda para a Alemanha armar a Ucrânia.

No entanto, as negativas brasileiras não pararam aí: a Ucrânia solicitou formalmente ao Brasil por pelo menos duas vezes uma lista de armamentos que queria comprar, e o governo federal negou. Segundo o NYT, as negativas ocorreram tanto no governo de Bolsonaro como de Lula, que tendem seguir uma linha mais neutra, apesar de comprarem vasta quantidade de fertilizantes e petróleo da Rússia,

A lista incluía veículos blindados, sistemas de defesa antiaérea, munições de morteiros, rifles de precisão, rifles de assalto e munição “comum” para estas armas portáteis. Fontes no Exército revelaram ao AEROIN que os blindados desejados pela Ucrânia incluiriam não apenas o Gepard, mas unidades novas do IVECO Guarani, montado em Minas Gerais.

Mas chama a atenção também o pedido de compra de aeronaves: o Brasil só fabrica hoje um avião de combate, que é o A-29 Super Tucano da Embraer, que já esteve em combate no Afeganistão e na Colômbia. Por serem aeronaves mais simples e baratas de operar que caças MiG-29 ou tanques Leopard 2, a Ucrânia estaria bastante interessada no Guarani e no Super Tucano, que poderiam facilitar o dia-a-dia da infantaria ucraniana.

Existe um temor de países ocidentais que o Brasil comece a ficar mais próximo da Rússia. O receio foi ressaltado quando Lula declarou recentemente que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia, já invadida em 2014 pela Rússia e que não houve tentativa de retomada até o início da invasão de 2022.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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