Início Estudos e Pesquisas

Casos de interferência em GPS de aviões ainda estão 40% acima da média, alerta IATA

DUBAI, Emirados Árabes Unidos – A interferência nos sistemas de navegação de aeronaves civis continua alta, mesmo após uma recente queda, e isso atrapalha a segurança aérea, segundo a IATA.

Boa parte deste problema é causado pela Rússia, que usa de ferramentas militares para “embaralhar” os dados dos sistemas globais de posicionamento americano (GPS) e europeu (Galileo), que é bastante utilizado pelos ucranianos na defesa contra os agressores russos.

O Irã também tem utilizado destas técnicas para tentar atrapalhar as operações aéreas de Israel em Gaza, Líbano e Síria, três de seus aliados na região.

“Estas interferências colocam um desafio significativo para todo o espectro das indústrias, que contam com precisão nos serviços de geolocalização, incluindo a aviação”, afirma Nick Careen, Vice-Presidente Sênior da IATA para Segurança de Operações, durante a 80ª Assembleia Geral Anual da Associação.

Hoje, a média de evento está de 34 interferências a cada 1.000 voos, mas chegou a atingir em maio do ano passado um número alarmante de 40 problemas com GPS reportados por pilotos a cada 1.000 voos.

A série histórica captada pela IATA é de 24 interferências por 1.000 voos e o aumento tem sido principalmente notado após o segundo trimestre de 2023, principalmente no leste europeu, próximo do conflito entre Rússia e Ucrânia.

O continente europeu na totalidade teve um aumento de 68,9% de janeiro do ano passado até março deste ano, seguido pela região do Norte da África e Oriente Médio com aumento de 15,4%, e da Comunidade dos Estados Independentes, formada por ex-membros da URSS e que teve 7,2% de aumento de casos no mesmo período. As outras regiões globais tiveram aumento bem pequeno com este tipo de problema.

Para a IATA, é crucial que os esforços sejam coordenados para coletar e compartilhar as informações relacionadas aos problemas com GPS, assim como políticas devem ser definidas para que os pilotos e operadores possam lidar com este problema sem aumentar significativamente o risco à segurança aérea.

Desta maneira, também é destacado a manutenção ativa de sistemas analógicos, como VOR, por um período maior, como backup para o GPS que hoje é o principal sistema de navegação aérea, independente do tipo de voo realizado.