Os tempos atuais são complexos. Se por um lado vivemos no mundo cada vez mais vigiado e monitorado, por outro nascem leis e jurisprudências buscando resguardar os dados pessoais e a privacidade, inclusive com prerrogativa da aplicação de multas multimilionárias à empresas que descumprem a regra ou deixam vazar informações.
Através de uma atualização em sua política de privacidade, a empresa aérea Cathay Pacific, com sede em Hong Kong e figurante do ranking das melhores do mundo, revelou que está gravando a atividade dos passageiros em suas aeronaves através de câmeras de vídeo, reabrindo um desconfortável debate sobre vigilância em aviões.
A companhia confirmou que está coletando imagens de passageiros enquanto eles estão a bordo, bem como registrando seu uso do sistema de entretenimento e como eles passam o tempo durante o voo, mas disse que as imagens são tratadas como sensíveis e de acesso restrito, por motivos de segurança. A empresa enfatizou que o monitoramento é feito por câmeras embutidas e não pelo sistema de entretenimento de bordo.
No início de 2018, várias companhias aéreas confirmaram que câmeras haviam sido instaladas em seus sistemas de entretenimento, o que provocou amplas preocupações com a privacidade. No entanto, as empresas reportaram que não tinham planos de ativar as câmeras para fins de monitoramento, mas para fins de comunicações pessoais, ou seja, para quando o sistema fosse compatível com vídeo-chamadas.
Em sua política de privacidade, a companhia diz que a coleta de dados foi projetada para melhorar a experiência de voo e diz que os dados podem ser compartilhados com parceiros terceirizados para fins de marketing. “Manteremos seus dados pessoais pelo tempo que for necessário”, diz a política.
Trata-se de uma medida polêmica. Monitorar pessoas nas ruas, em lugares públicos, é uma questão de segurança. No entanto, dentro do restrito espaço de um avião pode parecer exagero. E você, o que acha?
Informações da CNBC e Fox News