CCR apresentará estratégia para o setor de carga de seus aeroportos na Intermodal South America

Aeroporto Internacional de Curitiba – Imagem: Google Earth

A CCR Aeroportos, concessionária que administra 20 aeroportos no Brasil e na América Latina, participa da 27ª edição do Intermodal South America, maior e mais completo evento do continente dos setores de logística, intralogística e comércio exterior.

A feira acontece entre os dias 28 de fevereiro a 2 de março no São Paulo Expo, na capital paulista. A empresa vai apresentar sua estrutura e oportunidades de novos negócios no setor de transporte aéreo de cargas.

A CCR Aeroportos opera com terminais de carga aérea internacional em Curitiba e Foz do Iguaçu, no Paraná; Navegantes e Joinville, em Santa Catarina; Goiânia, no estado de Goiás; São Luís, no Maranhão; Teresina, no Piauí; e Petrolina, em Pernambuco.

Já a carga nacional é movimentada em 15 aeroportos do grupo pelas próprias empresas aéreas que neles operam. Esta capilaridade permite à empresa dialogar com todo o trade e planejar o aumento da malha cargueira no país.

Segundo a concessionária, a participação no evento marca um momento especial, quando a CCR Aeroportos investe em uma estratégia que busca ampliar a malha de voos cargueiros internacionais nos aeroportos que administra, a partir da análise do potencial de cada um dos ativos.

“O objetivo da CCR Aeroportos é proporcionar maior agilidade ao transporte de cargas, trazendo iniciativas para ampliar a malha aérea cargueira num país de dimensões continentais, quebrando paradigmas num setor que ainda tem muito a crescer. Na Intermodal, vamos conversar com os vários elos da cadeia logística para a criação de novas rotas, conexões e oportunidades”, afirma Maria Fan, Gerente Executiva de Cargas, da CCR Aeroportos.

Hoje, cerca de 70% dos processos de liberação aduaneira de cargas aéreas que chegam do exterior, destinadas aos Estados do Paraná, Santa Catarina, Goiás e Maranhão, ocorrem em São Paulo, o que gera um elevado tráfego rodoviário e tempo adicional para levar essas mercadorias até o destino, o que por si só reduz drasticamente as vantagens de agilidade de uma importação por via aérea. Sem contar o risco de acidentes, assaltos e roubos de cargas nas rodovias.

Por outro lado, grande parte das cargas possuem dimensões e peso incompatíveis com as dos porões dos aviões de passageiros domésticos, que atendem atualmente as conexões entre os aeroportos paulistas e os dos estados de destino. A chave para esses problemas é viabilizar rotas de voos cargueiros que incluam os aeroportos administrados pela CCR como escalas ou destinos finais.

A redução do tempo de trânsito e do excesso de manuseio da carga nas conexões aéreas e rodoviárias são benefícios valiosos para produtos e equipamentos destinados a linhas de produção, pesquisas, projetos especiais ou mesmo de consumo imediato.

Indústria beneficiada

A CCR Aeroportos acredita que a descentralização do transporte de cargas para vários aeroportos trará muitos benefícios para a indústria.

“Temos como uma de nossas diretrizes o desenvolvimento da economia das regiões onde atuamos, bem como a geração de renda e emprego”, afirma Maria Fan. E acrescenta: “Ampliar, conectar e qualificar o transporte de cargas nestas áreas integram esse compromisso.”

Segundo a CCR Aeroportos, demanda há nos mercados onde os terminais de cargas alfandegados operados pela empresa estão inseridos.

Curitiba é um exemplo – Com capacidade para receber os cargueiros de maior porte, o Aeroporto Internacional de Curitiba, em São José dos Pinhais, está operando seis voos cargueiros semanais, incluindo Boeing 747F e o Boeing 777F, que ligam a cidade diretamente à Europa e aos Estados Unidos.

Mas o terminal tem potencial de demanda imediata para receber o dobro disso, se considerado o volume de importações do setor automotivo, maquinário e eletrônico destinadas ao estado do Paraná e que são nacionalizadas em São Paulo, embora exista um importante incentivo tributário naquele estado para cargas nacionalizadas nos seus aeroportos.

Esta demanda já poderia ser absorvida pela atual infraestrutura do aeroporto de Curitiba. E com as obras da terceira pista de pouso e decolagem, com 3 mil metros de comprimento, a serem iniciadas neste ano, a ampliação da capacidade para mais voos cargueiros criará ainda mais conveniência para a indústria da região.

Santa Catarina – Os dois aeroportos catarinenses, de Joinville e Navegantes, também contam com estrutura para a expansão do tráfego de cargas, por conta da pujança da indústria na região norte do estado, onde ambos estão localizados.

Navegantes, porta de entrada para a região do Vale do Itajaí, que, composta por 12 municípios, responde por mais de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina, já conta com um novo terminal de cargas recém-inaugurado, com capacidade de expansão para até 100 mil m².

E Joinville, maior cidade catarinense e terceira maior economia da Região Sul, com indústrias relevantes, especialmente o metalomecânico, ganhará também um novo terminal de cargas no aeroporto em breve.

Juntos, os aeroportos de Curitiba, Navegantes e Joinville movimentam 82% da demanda de importações e exportações aéreas da Região Sul.

São Luís – Em São Luís, a solução de conectividade por meio de voos cargueiros já está implementada. Com frequência de cinco voos cargueiros semanais domésticos conectando o Aeroporto de Guarulhos ao Aeroporto de São Luís, as importações de cargas mais pesadas para o Maranhão podem ganhar em média cinco dias no tempo de trânsito em comparação com o rodoviário, que ainda é o modal costumeiro.

Isto beneficia as empresas maranhenses, onde é crescente a demanda por importações para o setor de infraestrutura e energia. Cargas marítimas também já são liberadas no terminal de cargas daquele aeroporto, com maior agilidade em relação aos portos.

Petrolina – O Aeroporto de Petrolina, por sua vez, conta com uma pista de pouso e decolagem com 3.700 metros, uma das maiores do país, pronta para operar qualquer tamanho de aeronave.

O terminal de cargas possui oito câmaras frias para armazenamento de frutas da região para exportação, que tem a Europa como principal destino. Atualmente, esses produtos tão perecíveis viajam por via rodoviária até São Paulo, para embarque em voos de passageiros internacionais.

A CCR Aeroportos divulgou neste mês um programa de incentivos às empresas aéreas visando a retomada das operações aéreas cargueiras regulares naquele aeroporto, o que reduzirá entre dois a três dias o tempo de transporte.

Goiânia – E o Aeroporto Internacional de Goiânia ganhará um novo terminal de cargas dedicado às importações de produtos farmacêuticos. O projeto inclui o planejamento de voos cargueiros internacionais procedentes da Europa, Ásia e Estados Unidos, como mais uma importante iniciativa disruptiva da CCR Aeroportos, tendo em vista a atual logística rodoviária para translado dessas cargas de São Paulo até Goiás.

Além de ampliação da malha cargueira, a CCR Aeroportos apresenta oportunidades para novos armazéns de carga em seus aeroportos, a fim de torná-los importantes centros logísticos com fácil acesso aos modais aéreo e rodoviário na distribuição de cargas pelo país.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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