A empresa de aviação autônoma Xwing está avançando para certificar seu sistema Superpilot, que permite a operação de voos de carga totalmente não tripulados. A start-up apresentou um plano de certificação específico do projeto (PSCP) à Federal Aviation Administration (FAA) em 6 de abril.
A aprovação permitiria à empresa começar a operar voos de carga comercial 100% não tripulados. Se certificado, Xwing poderá abrir o acesso à aviação autônoma regional, otimizando as entregas regionais de carga para cidades menores e áreas rurais nos EUA. A empresa tem trabalhado há anos para obter a certificação de sua tecnologia.
A Xwing já executa uma operação de carga com pilotos a bordo, fazendo cerca de 400 voos mensalmente em nome da UPS com uma frota de Cessna 208B Grand Caravan. Em abril de 2021, a empresa realizou com sucesso o primeiro voo de carga gate-to-gate totalmente autônomo. Desde então, registrou centenas de horas de voo usando sua tecnologia sem piloto.
O sistema Superpilot foi projetado para integrar aeronaves já certificadas, permitindo a introdução de operações sem tripulação no sistema de controle de tráfego aéreo (ATC) existente. Entretanto, a certificação traz alguns desafios.
Uma área de preocupação é como as aeronaves autônomas irão interagir com o “tráfego não cooperativo” que não está se comunicando com o ATC. Outro é a possibilidade da aeronave perder as conexões de satélite durante um estágio crítico de voo, como a aproximação final.
A Xwing está desenvolvendo um sistema baseado em visão guiada por câmeras montadas nas asas e algoritmos que segmentam imagens para identificar pistas e obstáculos, além do sistema de posicionamento global (GPS). O projeto de certificação usará Inteligência Artificial e aprendizado de máquina para melhorar a segurança das fases de voo de alto risco, como táxi, decolagem e pouso.
A automação de voos de carga também pode potencialmente permitir que as empresas de logística se afastem do modelo hub-and-spoke de entrega de pacotes. Sem um piloto vinculado a uma aeronave física, é possível reduzir os custos e voar a aeronave com mais frequência, gerando mais ROI (Retorno Sobre o Investimento).
No mais, a Xwing está envolvida no projeto COSTA da FAA, que também é apoiado pela NASA e pelo Alaska Center for Unmanned Aircraft Systems Integration. O programa é focado na integração no mundo real de aeronaves autônomas, abordando desafios como sua comunicação com o ATC e operações em espaços aéreos complexos.
A empresa visa obter a certificação FAA até o final de 2025 e entrar em serviço logo depois.
