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Cientistas usam aviões para semear as nuvens e fazer nevar nos EUA

Foto: Estado de Wyoming

Com chuvas e nevascas abaixo da média em mais de 60% dos Estados Unidos, de acordo com boletim do US Drought Monitor, os aviões ganham espaço como aliados na luta contra a seca. Trata-se da técnica de semeadura de nuvens, algo que cientistas fazem há mais de 80 anos como forma de estimular precipitações.

A CNN ouviu a gerente de programa do Programa de Modificação do Clima do Estado do Wyoming, Julie Gondzar, autoridade no assunto. Gondzar explica que estado onde trabalha começou a semeadura de nuvens em 2003, ainda como parte de estudos. Em dez anos, os estudos se mostraram promissores e agora a prática é feita oficialmente.

Nuvens, basicamente, são uma coleção de gotículas de água e cristais de gelo. A semeadura funciona pela injeção de iodeto de prata em uma nuvem de grande porte, que estimula a aglutinação dessas pequenas partículas de gelo. A ação é feita por aviões bimotores adaptados, como King Air, que pulverizam as nuvens com os produtos químicos.

“Há algo semelhante a fogos de artifício de papelão instalados nas asas e na barriga dos aviões, com iodeto de prata”, conta Gondzar. O piloto voa para a nuvem, incendeia os invólucros de papelão e “semeiam” as nuvens. O resultado é mais umidade na nuvem, resultando em mais precipitação.

Durante o inverno do hemisfério norte, que terminou nesta semana, os pesquisadores realizaram 28 missões de voo para semeadura de nuvens em Wyoming com o objetivo de aumentar a precipitação de neve. Os resultados, contudo, são controversos.

“Não sabemos quanta neve foi produzida diretamente pela prática ou que cairia naturalmente. Sabemos, apenas, que qualquer quantidade mais já é de grande ajuda”, informa a cientista.

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