Com subsídio do governo, Neeleman aposta em voos para cidade de 8 mil habitantes

Imagem: Airbus

A Breeze Airways, do brasileiro David Neeelman, deverá chegar numa pequena cidade na fronteira américo-canadense com ajuda do governo local.

Fundada com o conceito de conectar cidades que não têm voos diretos para grandes centros ou metrópoles médias, numa aproximação bem parecida com a irmã Azul e a JetBlue, também fundadas por David, a Breeze agora focará ainda mais na interiorização e exclusividade.

A empresa aérea acaba de solicitar voos para a pequena cidade de Ogdensburg, no estado de Nova York. Esta cidade tem apenas 8 mil habitantes, e o seu condado, o de St. Lawrence, tem apenas 108 mil. O pequeno município fica às margens do Rio São Lourenço, sendo que no outro lado da margem está o Canadá, com a cidade de Prescott.

O aeroporto da cidade conta apenas com algumas frequências semanais da Countor Air, que voa jatos Embraer ERJ-135 e 145 para a Filadélfia. Fora o pequeno aeroporto local, as cidades com voos regulares de grande porte e mais próximos de Ogdensburg são Watertown a 1h de distância de carro, e Montreal, no Canadá, a 3 horas de distância.

Por causa disso, ela se enquadra no chamado EAS – Serviço Aéreo Essencial, o qual é o programa do governo dos EUA em que parte da tarifa aérea (ou do custo do voo) é bancado pelo Departamento de Transportes (DOT), visando não deixar comunidades mais remotas completamente isoladas de serviços aéreos.

Normalmente, as ofertas de EAS são suprimadas apenas com aviões pequenos, como Cessna C208 Caravan ou jatos regionais pequenos, como o CRJ-200 e o ERJ-145. Só que a Breeze acabou de solicitar voos para Washington e Orlando, visando o tráfego de negócios, político e de lazer.

É uma mudança na política da empresa, que nunca apostou numa cidade bem pequena, e principalmente nas rotas do programa EAS, que normalmente tem voos apenas para cidades próximas e dentro do mesmo estado, no sentido de ligar o interior à capital ou principal cidade da região.

Segundo a solicitação da Breeze ao DOT, a empresa teria um faturamento de US$3,9 milhões de dólares nas duas rotas por ano, enquanto o custo de operação no mesmo período seria de $13 milhões, resultando num prejuízo de $9,1 milhões.

Por este motivo, foi solicitado um subsídio de $9,4 milhões, para deixar ao menos a empresa com lucro operacional de $300 mil dólares. As rotas, caso aprovadas, serão feitas com o Airbus A220-300 de 137 assentos.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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