A Comissão Europeia levantou preocupações sobre a venda de uma participação na companhia aérea ITA Airways da Itália para a alemã Lufthansa. A notícia ocorre quando se inicia um processo de investigação aprofundada sobre a operação comercial em questão, que, na visão do órgão, poderia prejudicar a competição.
Uma análise preliminar sugere que “a transação poderia restringir a concorrência em várias rotas aéreas de curta e longa distância partindo e chegando na Itália”, conforme enfatiza a Comissão.
O foco está voltado principalmente para voos entre a Itália e a Europa Central, onde Lufthansa e ITA frequentemente representam as únicas alternativas competitivas entre si, além do mercado de rotas aéreas entre Itália e os Estados Unidos, Canadá, Japão e Índia. Além disso, a ITA poderia passar a desfrutar de uma posição excessivamente dominante no aeroporto de Linate, em Milão.
A ITA, que é totalmente de propriedade do governo italiano, é sucessora da antiga Alitalia em uma versão reduzida e independente. O Ministério das Finanças italiano tem buscado um comprador para a companhia há algum tempo. No ano passado, fechou acordo com a Lufthansa para que o grupo aéreo alemão adquirisse participação de 41%, com a possibilidade de aumentá-la posteriormente.
A Comissão Europeia tem até o dia 6 de junho para decidir se bloqueia ou aprova a transação, com ou sem condições.
Em 2022, o governo italiano pretendia entrar em negociações “exclusivas” com a Air France-KLM e a Delta Air Lines para assumir controle majoritário da ITA Airways. A Lufthansa parecia ter sido preterida. Porém, ainda em 2022, o governo negociou com a Lufthansa a aquisição majoritária na ITA Airways, gerando reincidência das negociações entre o consórcio Air France-KLM, a parceira americana Delta e o fundo de investimento americano Certares.
