No dia 13 de outubro de 1977, às 11h00, uma história arrepiante tomou forma quando o voo 181 da Lufthansa, partindo de Palma de Mallorca com destino a Frankfurt, foi sequestrado. Haviam 86 passageiros e cinco tripulantes a bordo do Boeing 737, comandado pelo Comandante Jurgen Schumann e o Primeiro Oficial Jurgen Victor.
Apenas 30 minutos após a decolagem, quatro terroristas invadiram o cockpit, exigindo uma quantia de $2.5 milhões e a libertação de seus companheiros presos na Alemanha e em Israel.
Enquanto o Primeiro Oficial era enviado para a parte de trás da aeronave, os sequestradores derrubavam bandejas de comida e ordenavam aos passageiros que levantassem as mãos. A aeronave foi levada a Roma, Larnaca, e, finalmente, aterrissou no Bahrein à 01:52 do dia 14 de outubro.
A comissária Gabriele Dillman, então com 23 anos, tentou manter a calma entre os passageiros, além de intermediar as negociações com os sequestradores. A aeronave, já com condições sanitárias insalubres e calor insuportável, logo seguiu viagem para Dubai, onde foi mantida no solo no dia 15 de outubro.
No dia 16 de outubro, o avião seguiu para o Iêmen, onde o Comandante foi baleado na frente dos passageiros e da tripulação. Em seguida, o Primeiro Oficial pilotou a aeronave até Mogadíscio. Os sequestradores disseram que ele poderia deixar a aeronave, mas ele decidiu ficar com seus passageiros e colegas de tripulação.
Em Mogadíscio, os sequestradores despejaram álcool nos passageiros e tripulação, instaurando o medo de que todos seriam queimados vivos. Gabriele enviou uma mensagem de rádio ao governo alemão pedindo-lhes que poupassem os reféns, atendendo às exigências dos terroristas. Sem que ela soubesse, a ajuda já estava a caminho. Forças especiais invadiram a aeronave, matando três dos quatro terroristas, e todos os reféns foram salvos.
Após o incidente, nem Gabriele, nem os outros membros da tripulação voltaram a voar. Gabriele foi agraciada com a Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha por sua bravura e ações durante o sequestro. Ela foi ovacionada pela imprensa e ficou conhecida como “o anjo de Mogadíscio”. Dois filmes foram feitos sobre ela. Gabriele casou-se com seu noivo piloto, Rudiger, e tornou-se escultora.
