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Como a Boeing está “atrapalhando” a Airbus de atingir suas próprias metas

Motor Avião CFM LEAP
Imagem: Aerofossile2012 via Flickr

Os problemas nos motores aeronáuticos e na Boeing acabaram deixando a Airbus numa “sinuca de bico”, reduzindo suas metas de entregas. Hoje, os best-sellers da Airbus são os jatos A320neo e A321neo, incluindo as variantes de alcance estendido deste último, A321LR e A321XLR.

Para estes, as companhias aéreas podem optar hoje tanto por motores CFM LEAP ou Pratt & Whitney PW1100G. Porém, a maioria dos seus clientes tem optado pelo CFM, já que a PW está tendo problemas com os motores da série PW1000G desde o ano do primeiro voo comercial das aeronaves que o utilizam, incluindo os regionais Airbus A220 e Embraer E190/E195-E2.

Do outro lado do Atlântico, a Boeing utiliza somente o CFM LEAP no 737 MAX, e mesmo com os recentes problemas tem aumentado a produção do jato já que as versões MAX 8 e MAX 9 já estão certificadas e precisam ser entregues o quanto antes para compensar as companhias aéreas pelos atrasos causados pelas paralisações de 2019 a 2020.

Com isso, a pressão tem aumentado na CFM, que também sofre com problemas da cadeia global de suprimentos e seus fornecedores não conseguem aumentar a produção.

E segundo a Reuters apurou com fontes dentro da fabricante de motores, a empresa “vai tentar acomodar os dois lados, mas não fará nada que possa prejudicar estruturalmente a Boeing. Vão tentar colocar freios na Airbus com certeza”.

Hoje, os motores LEAP são 65% das encomendas pendentes da família A320neo, um número que já foi praticamente meio a meio com o PW1100G. Sem motores, a Airbus não pode finalizar a montagem e testar os novos aviões antes da entrega.

E por isso acabou tendo que adiar em 1 ano a meta de 75 aeronaves por mês, que agora só deve ser atingida em 2027: