Uma grande dívida da companhia aérea de bandeira da Venezuela com o Brasil poderia ser paga em breve, mas depende de negociação.
Com a reaproximação de Brasil e Venezuela após a volta do Presidente Lula ao poder, está em renegociação uma grande dívida do país comandado por Nicolás Maduro com o maior país da América do Sul.
A dívida é da época em que o governo brasileiro, principalmente através do BNDES, financiava obras e investimentos na Venezuela, desde que fossem feitos por empresas brasileiras, sendo uma maneira de trazer divisas e aumentar o tamanho das chamadas “campeãs nacionais”.
No entanto, boa parte deste valor não foi paga por Caracas e o governo brasileiro nunca conseguiu cobrar de fato esta dívida, que foi em parte coberta pelo FGE – Fundo de Garantia à Exportação. O FGE foi constituído em 1997 com milhões de ações do Banco do Brasil e da Telebrás, mas também recebe aporte dos governos e os próprios dividendos destas ações. Ele funciona como uma espécie de fundo garantidor para que o BNDES não entre em default por calote.
Segundo dados levantados pelo Estado de Minas, a dívida da empresa aérea estatal Conviasa com o Brasil é de $117 milhões de dólares, já o portal O Antagonista aponta um valor mais alto: $266 milhões.
A dívida teria sido adquirida quando a Embraer vendeu para a Conviasa um total de 16 jatos Embraer E190, sendo que um deles é um Lineage 1000, versão VIP de fábrica. Esta unidade em específico inclusive pertencia à Força Aérea Brasileira, onde voou com a matrícula FAB-2592.
É comum que o BNDES financie algumas vendas da Embraer, como maneira de incentivar que os juros do financiamento fiquem com um banco nacional, além de incentivar a venda de aviões fabricados no Brasil. Resta saber se vão, de fato, pagar o que devem.
