A empresa aérea estatal (obviamente) norte-coreana Air Koryo iniciou em 27 de setembro seus voos ligando a capital do seu país, Pyongyang, a Macau, reduto capitalista e conhecida como a “terra da jogatina”. Os voos são operados às segundas e quintas-feiras com um Antonov 148-100.
Macau se tornará o quarto destino internacional da empresa estatal de um dos países mais fechados do mundo. Segundo o guia de horários da Air Koryo, atualmente ela voa para Beijing e Shenyang, na China, e Vladivostok, na Rússia. Todas as três cidades são muito mais próximas da realidade da Coreia do Norte do que que Macau, que é uma região autônoma e visitada frequentemente por conta dos seus inúmeros cassinos e casas de jogos.
Nova rota preocupa os Estados Unidos
É possível que a rota seja destinada a atender a um número crescente de jovens ricos das elites da Coreia do Norte, que tem prosperado sob a liderança do Kim Jong Un, num movimento conhecido externamente como “Pyonghattan”, em alusão à Ilha de Manhattan, em Nova Iorque. Mas não se engane, eles são a minoria da minoria do país.
A nova rota também causa preocupação às autoridades americanas de monitoramento de sanções, já que Pyongyang, anteriormente, fora acusada de usar a cidade como um hub para a sua atividade ilícita no exterior.
O caso mais famoso aconteceu em 2006, quando os Estados Unidos acusaram o regime de Kim Jong Il de estar usando o banco baseado em Macau, Banco Delta Asia, para lavar milhões de dólares e ajudar o tráfego de notas de dólares falsas. Washington sancionou o Banco Delta Ásia e autoridades de Macau congelaram mais de 20 milhões de dólares em contas ligadas à Coreia do Norte.