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Companhia brasileira deverá usar inovador sistema em que passageiro poderá revender sua passagem aérea

Cancún, México – Uma companhia aérea brasileira deve ser uma das próximas utilizadoras de um inovador sistema de passagens aéreas baseado em tecnologia de blockchain, e que possibilita um mercado secundário de negociação de passagens aéreas.

É o que foi revelado hoje, 24 de outubro, durante conferência de imprensa da TravelX e da Flybondi, realizada pelos respectivos CEOs, Mauricio Sana e Juan Pablo Lafosse, durante o evento ALTA AGM & AIRLINE LEADERS FORUM, que ocorre desde o domingo até esta terça-feira em Cancún, no México.

Mauricio Sana e Juan Pablo Lafosse

O caso de uso na argentina Flybondi

Como mostrado previamente pelo AEROIN, em setembro do ano passado a argentina Flybondi e a empresa de tecnologia TravelX lançaram no mercado o NFTicket, um sistema em que as passagens aéreas da companhia aérea são registradas em blockchain, criando um novo nível de flexibilidade.

Para o passageiro que deseja somente reservar sua passagem e fazer o seu voo, a interface de site/aplicativo para compra e uso da passagem aérea continua normal, sem alterações.

Porém, o NFTicket, também chamado de Ticket 3.0, abriu uma gama de novos casos de uso para a companhia aérea.

Um deles foi a já implantada opção de alterar facilmente o nome do passageiro na passagem aérea. Assim, caso tenha havido, por exemplo, um erro de uma letra no cadastro, já é possível fazer a alteração, e isso foi possibilitado pelo uso do blockchain.

Novidade sendo lançada

Agora, as duas empresas se preparam para, nas próximas semanas, disponibilizarem ao mercado a possibilidade de negociação das passagens aéreas da Flybondi em um mercado secundário, algo também possibilitado pela tecnologia blockchain.

Através de uma plataforma no site da companhia, o passageiro que já possui uma passagem aérea da Flybondi poderá oferecê-la para venda ao preço que quiser. A opção se aplica, por exemplo, ao caso mais simples em que o viajante teve um imprevisto e não poderá mais voar, mas, também, abre outras possibilidades.

Entre elas, a flexibilização da operação. Por exemplo, um voo já está lotado, mas há uma demanda corporativa por um assento neste voo, necessariamente neste horário, disposta a pagar R$ 1.000. Diante disso, um passageiro que adquiriu um bilhete a R$ 500, e que pode voar em outro voo 3 horas mais tarde, pode vender essa passagem a R$ 1.000 e adquirir outra passagem a um preço menor no voo de 3 horas mais tarde.

Assim, o passageiro tem lucro ao voar mais tarde, o corporativo consegue voar no horário necessário e as empresas Flybondi e TravelX ganham uma receita incremental com a taxa cobrada pela operação de negociação do mercado secundário.

Outra possibilidade é a própria Flybondi ser uma intermediária nesta negociação da passagem aérea, fazendo uma oferta aos passageiros que compraram passagens no referido voo. Neste caso, uma porcentagem da diferença de preço entre os R$ 500 e os R$ 1.000 da negociação fica com a companhia aérea, gerando ainda mais receita incremental além da taxa cobrada sobre a operação.

Esquema gráfico e lista de casos de uso previstos com a tecnologia

Enquanto a novidade não entra em operação, Mauricio Sana destacou que mais de 1 milhão de passageiros já utilizaram as passagens aéreas baseadas em blockchain, ou seja, tiveram contato com a tecnologia de blockchain sem nem saberem, e um caso de uso da tecnologia de muita utilidade para a indústria.

Companhia aérea brasileira

Durante a conferência de imprensa, quando questionado sobre mais companhias aéreas que estejam em vias de passar a utilizar a tecnologia de NFTickets, o CEO da TravelX afirmou que a empresa está em negociação com várias em diversas partes do mundo.

E embora ele não possa revelar nomes por questões de sigilo, ele citou que o Brasil é um dos países em que há uma companhia aérea em negociação para implantar. “Qual será ela?” é a grande pergunta a ser respondida.

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