Os problemas revelados no mais novo acidente do 737 MAX 9 podem resultar numa investigação da Boeing feita pelo Congresso dos EUA.
Vários congressistas de ambos os partidos (Democratas e Republicanos) e estados distintos têm concordado que é hora da Boeing dar explicações ao público americano, e isto deveria ser feito através de sessões no Congresso para o Comitê de Transportes.
Ao menos 4 congressistas falaram ao portal POLITICO sobre a falta de regulação e fiscalização adequada da Boeing, além de decisões erradas da empresa.
“É um problema em cascata (dominó), sugere que tem um problema real que o sistema de aviação está inserido”, afirmou o Senador James David Vance, do Partido Republicano de Ohio.
Já para Steve Cohen, Deputado Democrata pelo estado do Tennessee, afirma que, apesar de ser seguro voar hoje nos EUA, a Boeing precisa ser analisada: “Nós vimos que teve um problema com o MAX alguns anos atrás e não foi feito algo bom o suficiente pela FAA para monitorar a segurança destes aviões”.
O seu colega de partido e bancada, Brian Higgins, de Nova York, afirma que “parece que existe uma falta de controle, regulação. Quando uma grande indústria quer cortar custos, o que eles fazem? Eles demitem pessoal, tiram técnicos, retiram pessoal que fazem essas inspeções. Aí quando tem uma quase fatalidade, a consciência do público americano é aumentada e agora estamos descobrindo que é algo maior que pensávamos”.
A falta de inspeção por parte da Boeing é um dos motivos que pode ter levado a porta tampão ter saído voando do 737 MAX 9 da Alaska no último dia 5 de janeiro. Existem indicativos que tanto a fornecedora Spirit Aerosystems como a Boeing não prenderam corretamente o componente.
O Senador Peter Welch, Democrata de Vermont, afirma que existe uma grande queda na confiança na Boeing entre os congressistas. “Imagina estar no avião com seu filho ou filha, sentado próximo da porta e ela explode e saí voando. Isto é horrível, a Boeing tem que vir com uma explicação completa de como aconteceu e como podemos confiar que não acontecerá de novo”.
A Boeing tem grande interesse em ter boas relações com o Congresso, já que apesar da maioria do seu faturamento e lucro virem da divisão aeronáutica civil, ela tem grandes contratos no setor militar e espacial com o governo americano.
A aprovação de orçamento para projetos militares e espaciais passa pelos congressistas, e se a Boeing quer vender seus caças, helicópteros, mísseis, armas e satélites, precisa provar que o dinheiro será gasto num projeto que terá retorno para a sociedade americana.
