Defesa da aviação agrícola, para combater projeto do PT contra o setor, ganha apoio também no estado de SP

Avião de pulverização agrícola

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) informou na última sexta-feira, 5 de janeiro, que a repercussão negativa da proposta da bancada do PT que tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para proibir a aviação agrícola, já chegou também a outros Estados.

Em São Paulo, o presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, Paulo Maximiano Junqueira Neto, também condenou o projeto do deputado Pedro Kemp (PT), sublinhando a importância das aplicações aéreas.

Em vídeo para o Noticiário do Agronegócio, do canal Agro BR, o dirigente – que preside também a Associação Rural Vale do Rio Pardo, no norte paulista – ressaltou apoio incondicional das duas entidades às ferramentas aéreas, justamente pela eficiência e segurança da tecnologia.

Ele enfatizou ainda a precisão e transparência proporcionada pelo DGPS – equipamento que atua como um computador de bordo das aeronaves – não só orientando o piloto em cada linha de aplicação (com precisão de centímetros), como registrando toda a operação. O DGPS tem ainda a capacidade abrir e fechar o sistema de aplicação para que ele funcione exatamente sobre o alvo.

Falando ao programa do jornalista Valdecir Cremon também em nome da Associação Rural Vale do Rio Pardo (Assovale), Paulo Junqueira lembrou que as ferramentas aéreas garantem ainda que não haja perdas por amassamento das plantas (já que não há trator rodando na plantação) e o custo é menor, inclusive devido à otimização do uso dos produtos aplicados.

Candidato à presidência da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Junqueira destacou a importância do setor também para a indústria, lembrando que o Brasil é inclusive pioneiro na produção em série de um avião agrícola movido a etanol. O Ipanema, fabricado pela Embraer, é responsável pelo fato de um terço da frota aeroagrícola brasileira ser movida a biocombustível.

APOIO AO SETOR

A manifestação do dirigente paulista condenando a tentativa de proibição da aviação agrícola ocorreu ainda no final de dezembro, e poucos dias depois das entrevistas do diretor-executivo do SINDAG, Gabriel Colle, e do presidente da Associação dos Criadores de MS (Acrisul), Guilherme Bumlai.

Na ocasião, Colle destacou o cunho ideológico do PL 201/23, da bancada do PT no Legislativo sul-mato-grossense (junto com Kemp, assinaram os deputados Gleice Jane e Zeca do PT), e ressaltou que o documento é, na verdade, um copia-e-cola de projetos semelhantes, apresentados em outros Estados (e já derrubados em diversos deles).

Já Bumlai frisou que, além de atuar na semeadura de pastagens (inclusive recuperando áreas degradadas), a aviação agrícola tem forte atuação em lavouras como soja e milho – que, além de commodities importantes para o próprio Estado, são produtos presentes em grande parte da ração de aves e rebanhos bovinos e suínos.

Como na entrevista anterior, o jornalista Valdecir Cremon também tentou ouvir sobre o tema o próprio deputado Pedro Kemp, mas, novamente, o parlamentar não quis comentar a questão.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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