Dois aviões iranianos ficam sem ter onde pousar após ataque aéreo destruir pistas de aeroportos sírios

A mídia estatal síria divulgou que os aeroportos internacionais de Damasco e Aleppo, os maiores do país, foram alvo de ataques israelenses durante a noite, deixando-os fora de operação e impedindo o pouso de dois aviões que chegavam do Irã, um A340 operado pela Mahan Air e um A321 do governo iraniano, como relatou o perfil de Babak Taghvaee, que cobre temas envolvendo o regime iraniano na rede X (ex-Twitter, ver abaixo).

Segundo fontes militares não identificadas, as pistas de pouso foram danificadas de forma simultânea nos dois aeroportos, resultando na interrupção dos voos. Israel não se pronunciou sobre os ataques.

Essa não é a primeira vez que o país ataca alvos na Síria, que é considerada uma aliada do Irã e do grupo militante Hezbollah, presente tanto na Síria quanto no Líbano. Dados de inteligência dos EUA e de Israel também apontam o Irã como fornecedor de equipamento para o Hezbollah, o qual muitas vezes é entregue em voos suspeitos.

Os aeroportos de Damasco e Aleppo são de suma importância não apenas para a aviação civil, mas também abrigam bases militares que, segundo relatos, servem de ponto de entrada para armas enviadas pelo Irã ao Hezbollah.

O Irã, por sua vez, condenou a ação israelense e planeja enviar seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, para a Síria como parte de uma visita à região.

Conforme reporta a Al Jazeera, a fonte militar síria classificou o ataque israelense como uma tentativa “desesperada” de desviar a atenção do conflito em Gaza, embora isso não tenha realmente acontecido, já que as notícias sobre o bombardeio não foram amplamente divulgadas.

O bombardeio do Hamas no último sábado, que resultou na morte centenas de israelenses, gerou uma onda de violência na região. O governo iraniano, fortemente contrário a Israel, celebrou o ataque e agora busca apoio regional para o grupo que governa a Faixa de Gaza. As autoridades palestinas relatam que mais de 1.400 pessoas foram mortas nos ataques retaliatórios de Israel, que destruíram bairros inteiros.

Desde então, houve trocas de tiros entre Israel e militantes do sul do Líbano e da Síria, levando o governo israelense a enviar reforços ao norte para se precaver contra possíveis ataques do Hezbollah. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou veementemente o ataque com mísseis israelenses à Síria, alegando que a vida de civis e a segurança do tráfego aéreo internacional foram colocadas em risco.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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