A entidade de investimento 777 Partners, que é controladora da SAF do Vasco da Gama, vem enfrentando acusações de cobrança excessiva de arrendamento de aeronaves e aplicação de taxas de juros acima de 18% aa para as companhias aéreas nas quais têm participações como Flair Airlines, do Canadá, e Bonza, da Austrália.
Segundo a imprensa australiana, um ex-diretor da 777 Partners, Timothy O’Neil-Dunne, que trabalhou na entidade entre 2018 e 2021, deu detalhes sobre possíveis práticas insustentáveis em uma declaração arquivada no Tribunal de Chancelaria de Delaware. O objetivo seria aumentar os lucros da holding e o retorno dos acionistas de maneira artificial.
Ele acusa a 777 Partners de cobrar de suas subsidiárias entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões a mais do que custaria para adquirir aeronaves. Ele afirma que a entidade encomenda os aviões abaixo da taxa de mercado, pagando aproximadamente US$ 42 milhões para a Boeing por cada um, e depois os aluga a valores muito acima de mercado para suas afiliadas.
A 777 Partners tem 22 Boeing 737-8 em sua carteira, sendo cinco colocados na Bonza, 12 na Flair Airlines, um na GOL Linhas Aéreas Inteligentes e dois na Sunwing Airlines. A entidade também possui mais trinta e dois Boeing 737-8 encomendados e, na semana passada, a Reuters anunciou que pensa em comprar mais um punhado de aeronaves da Boeing e ATR.
Por seu lado, a 777 Partners se defende das acusações, argumentando que todas as relações de locação foram concebidas com base nos princípios comerciais de termos e condições. A entidade sublinha que qualquer sugestão de que pretenda prejudicar as companhias aéreas nas quais investe é ilógico e contrário aos seus interesses. A Flair Airlines e a Bonza não quiseram comentar o assunto.
