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Dono da 123 Milhas aparece na CPI e afirma que o “negócio se mostrou equivocado”

Foto – DepositPhotos

O depoimento do principal sócio da 123 Milhas na CPI das Pirâmides Financeiras foi acalorado e ele afirmou que o modelo de negócio era equivocado. O depoimento de Ramiro Júlio Soares Madureira ocorreu no congresso nacional nesta quarta-feira, dia 6.

Ele foi convocado para dar esclarecimentos sobre o colapso da empresa, que é acusada de Pirâmide Financeira ao usar o dinheiro dos clientes para emitir pacotes de viagens e passagens aéreas de outros clientes que compraram antes. Este modelo, com a falta de novos entrantes, não é sustentável e por isso é chamado de pirâmide.

Os chamados pacotes em aberto, com datas flexíveis, foram cancelados e a empresa ofereceu reembolso apenas em vouchers parcelados para utilizar na própria 123 Milhas, deixando clientes furiosos e sem viajar. Já a HotMilhas suspendeu a compra de milhas e não tem pagado o valor devido para quem vendeu.

“Não há como deixar de nos desculpar novamente com todos aqueles que foram prejudicados por uma linha de negócio que se mostrou equivocada. O que estamos a fazer agora e com toda nossa dedicação e empenho ao nosso alcance é buscar soluções”, afirmou Ramiro no depoimento.

Ele completou dizendo que “ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada, e isso abalou não só os fundamentos da linha promo, como de toda a 123 Milhas”.

Porém, todas as previsões de mercado, não apenas na aviação, indicavam um aumento nos custos no pós-Pandemia, assim como aconteceu com a venda de carros, eletrônicos e commodities, já que a demanda voltou a aumentar com o fim das restrições, principalmente no setor turístico. Com demanda maior, os preços sobem, é a regra básica da economia de oferta x demanda, que a empresa alega desconhecer.

O empresário reafirmou que a empresa está empenhada no pagamento dos clientes mas não deu nenhum prazo para que isto ocorra. Em uma discussão acalorada, o advogado de Ramiro falou que o cliente não iria mais falar após um deputado questionar sobre a retenção de valores de clientes.

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