Depois de perder o controle decisório na Avianca Holdings e com a crise na Avianca Brasil, Efromovich vem a público prometendo processar a United.
Realizada pelo jornal colombiano Portafolio, Germán Efromovich se disse vítima de uma “emboscada” ao perder o controle decisório para a United Airlines, e que usaria o dinheiro para salvar a Avianca Brasil.
E por isso afirmou que estará processando a United Airlines e a Kingsland, que efetivamente tem o controle decisório da Avianca Holdings pelo fato da United não poder assumir controle de outra aérea sem antes entrar em acordo com o sindicato dos seus pilotos.
Mas apesar disso o empresário disse que continuará trabalhando e investindo em novos projetos. Efromovich não chega a citar diretamente a Avianca Brasil e sua crise. Ao falar “nós” ele se refere a dupla com seu irmão José Efromovich.
Veja abaixo as principais perguntas da entrevista:
Em que consiste o interesse na Alitalia?
O interesse vem desde um tempo que estávamos pensando em ter um pé na Europa. Não temos que esquecer que tentamos investir na TAP Air Portugal, que não deu resultado, e a Alitalia é uma oportunidade. É uma aérea muito boa de serviços, marca e operação, que tem um problema de herança na gestão e ingerência política. Isto causou muitas perdas de dinheiro porém acreditamos que pode dar a volta como fizemos no Brasil e na Colômbia.
De onde virão os recursos?
Os recursos veem de um fundo da família, não tem a ver com recursos de outros investimentos. Além do mais, não se trata de uma compra de 100% da empresa, é uma participação minoritária.
Existem especulações sobre a situação financeira das empresas que vocês controlam, qual é a realidade?
Especulações sempre existem, fofocas também. Obviamente que no Brasil, em função do não sucesso da inversão que iríamos fazer na época da United com o fundo Elliott, ficamos sem liquidez, e um dos lessores entrou com pedido de retomada das aeronaves, que nos obrigou a entrar em recuperação judicial.
Estamos fazendo todos os esforços para tentar, ainda, dar a volta neste negócio. Porém isso (não dar certo) simplesmente acontece às vezes.
O resto das empresas tanto na Colômbia e na própria Avianca, estão funcionando normalmente. Existe um pouco de exagero, obviamente existem momentos díficeis para qualquer empresa, que se dão por vários motivos.
A Avianca (Holdings) está passando por uma reestruturação em termos de poder reforçar seu caixa e os motivos são óbvios. É dizer, tivemos um golpe na Venezuela (que bloqueou o dinheiro das aéreas estrangeiras) e uma greve que nos custou quase $300 milhões de dólares. Ainda assim a empresa está firme, operando e bem.
Já se passou um mês desde que você saiu do conselho da Avianca, como avalia o ocorrido?
Não é o momento para fazer comentários do conselho da Avianca. Logo o único comentário que posso fazer é que foi uma emboscada muito bem preparada, e não foi feita da noite para o dia. Estamos em litígio com isso e não creio que seja o momento para comentar sobre o tema.
De qualquer maneira, o importante é que de qualquer maneira somos os acionistas majoritários da aérea. Colombia de qualquer maneira é dona da Avianca. Só esperamos que com essa emboscada não destrua o que conseguimos fazer nos últimos 14 anos.
Vocês mantém algum diálogo com a United Airlines?
Sim, mantemos diálogo com a United porque nos veremos no tribunal. Há pessoas que até como inimigo são respeitadas, e com a United, que neste momento está do outro lado, dialogamos e conversamos no momento que temos que fazer.
O que vem no futuro para Germán Efromovich?
Continuar trabalhando desde que tenha saúde. Continuar investindo, criando empregos e fazendo todo o possível para que a Avianca que transformamos, que construímos e mostramos ao mundo, continue sendo colombiana, e que nada, a não ser que por outros interesses que não são única e exclusivamente da companhia, a destrua. É isso que quero para o futuro.