Em clima de ansiedade, integração da Viva à Avianca é esperada hoje em decisão da Aerocivil

Foto por Clément Alloing / AEROIN

O mercado de aviação colombiano vive atualmente momentos de ansiedade, pois se espera que durante esta terça-feira (21) a Aeronáutica Civil (Aerocivil) emita seu parecer sobre a integração da Viva com a Avianca. A decisão da Aerocivil já era esperada para a última quinta-feira, quando o ministro dos Transportes, Guillermo Reyes, havia dito que seria anunciada até as 17h daquele dia.

No entanto, à noite, emitiram um comunicado a indicar que voltariam a adiar a decisão para a manhã desta terça-feira após terem “estudado e avaliado o pedido das empresas envolvidas, a posição dos terceiros interessados ​​e os elementos que sindicatos, cidadãos e a Superintendência de Os transportes contribuíram”, informa o Aviacionline.

Quase um ano se passou desde que, no final de abril de 2022, as duas empresas anunciaram a intenção de unir suas operações, em meio a uma grave situação financeira que a Viva atravessava em decorrência do contexto macroeconômico pós-pandemia, potencializado pelos desdobramentos da invasão russa à Ucrânia e o preço do combustível.

No início de novembro, a Aerocivil emitiu parecer negativo à integração, assegurando que o estudo que realizou concluiu que a integração representa riscos para a concorrência no setor da aviação e para o bem-estar dos consumidores.

“Essa integração levaria a gerar ou reforçar o poder de mercado da Avianca, Viva e Viva Air Peru, considerando que participam de 59 rotas nacionais que mobilizam 93,7% do tráfego doméstico na Colômbia e que, em 29 coincidem, além de serem as únicas em 16″, detalharam, destacando que assim o mercado colombiano voltaria a níveis de sete anos atrás em termos de livre concorrência.

Diante disso, a Avianca propôs devolver uma porcentagem dos slots no aeroporto El Dorado de Bogotá e cede-los com ativos associados a concorrentes, além de se comprometer em manter a marca Viva e o modelo de baixo custo, preservando o “maior número de empregos “, conservando “algumas das suas aeronaves e a exploração das rotas em que a Viva voa em exclusividade”, estabelecendo proteção tarifária nas rotas em que ambas são operadoras únicas, e mantendo e promovendo novos acordos interline ou codeshare.

Em fevereiro, a “novela” ganhou novos protagonistas quando JetSMART, LATAM e Nella Airlines se apresentaram interessadas em adquirir 100% da Viva, embora poucos pensassem que realmente tivessem alguma chance (ou mesmo intenção) de adquiri-la.

Por fim, como uma profecia autorrealizável, em 28 de fevereiro a Viva suspendeu todos os seus voos regulares, deixando milhares de presos tanto na Colômbia quanto em vários países da América do Sul para os quais se expandiu nos últimos dois anos, querendo replicar em Medellín um “hub das Américas” como a Copa, mas em um formato de baixíssimo custo.

Na tentativa de acalmar a ansiedade do mercado, às 6h36 da manhã (horário local) desta terça-feira, a Aerocivil publicou um breve comunicado em sua conta no Twitter indicando que “em resposta ao pedido de pré-avaliação de integração apresentado pela Avianca, Viva y Viva Perú, a Diretoria de Transporte Aéreo da Aerocivil informa que, antes de qualquer pronunciamento público, a decisão deve ser notificada aos interessados​​.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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