Especialistas entregam relatório com causas do acidente do B737 da Pegasus em Istambul

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Acidente 737 Pegasus Istambul

Um relatório de testemunho pericial foi submetido ao Gabinete do Promotor Público de Ancara, Turquia, na última sexta-feira, 25 de dezembro, apresentando fatores que causaram o acidente do voo da Pegasus Airlines em fevereiro deste ano.

O Boeing 737-800 de matrícula TC-IZK estava pousando no Aeroporto Sabiha Gökçen em 5 de fevereiro durante ventos fortes e chuva forte quando ultrapassou o final da pista ainda em velocidade até cair em uma vala e se quebrar em três partes. O avião transportava 177 passageiros e seis tripulantes a bordo, e três pessoas não sobreviveram. O momento do acidente foi registrado em vídeo:

Segundo reporte do Daily Sabah, investigando as caixas pretas da aeronave, depoimentos de testemunhas e dados meteorológicos daquele dia, o relatório afirma que o comandante do voo, identificado por suas iniciais como M.A., cometeu vários erros durante a aproximação final para pouso, e atribuiu os erros ao estresse do piloto, experimentado devido a um raio que a aeronave sofreu no voo.

De acordo com o texto, o piloto estava acima dos níveis de velocidade de segurança durante a aproximação final e, após tocar no solo, ele desativou os sistemas de freio aerodinâmico e autobrake da aeronave antes que atingisse a velocidade limite de 57 nós.

“A aeronave se moveu na pista por seis segundos sem perder velocidade e os pilotos aplicaram os freios manuais máximos”, disse o relatório, acrescentando que a superfície molhada causou uma perda de aderência (hidroplanagem) para as rodas aplicarem a força de parada adequada, e os fortes ventos de cauda contribuíram para a queda no final da pista.

Dizendo que o piloto cometeu os erros em meio ao desejo de pousar o avião o mais rápido possível devido ao voo estressante, o relatório apontou o comandante como a principal parte negligente, mas também citou o co-piloto F.P. por não avisar o comandante dos erros durante a aproximação.

O relatório também encontrou várias falhas no aeroporto. Segundo o relato, a pista 06, onde pousou o avião da Pegasus, não possuía área de segurança de final de pista (RESA) e a falta dela contribuiu para a gravidade do acidente.

Nomeando a empresa operadora do aeroporto também uma parte negligente primária, o relatório disse que a área no final da pista foi construída contra os regulamentos e contribuiu para atrasos significativos para os serviços de emergência chegarem ao local do acidente – o processo levou 24 minutos, conforme vimos aqui no AEROIN a partir dos áudios das comunicações do aeroporto durante a ocorrência (clique aqui para relembrar).

O relatório ainda apontou falha dos controladores de tráfego aéreo da torre Sabiha Gökçen por não aconselharem os pilotos a realizarem uma arremetida em função do vento de cauda associado às condições ruins da pista molhada.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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