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Estado africano separatista receberá participação na Ethiopian Airlines para ter acesso a um porto

Boeing 787 da Ethiopian

Em uma medida que provavelmente aumentará as tensões regionais, o estado independente da África Oriental, Somalilândia, fechou um acordo significativo com a vizinha Etiópia. O acordo concede à Somalilândia uma participação na Ethiopian Airlines, estatal da Etiópia, em troca do acesso ao estratégico porto de Berbera, no Golfo de Aden.

Somalilândia se autodeclarou um estado independente em 1991, separando-se da Somália, uma reivindicação contestada por Mogadíscio. Apesar de sua autoproclamada soberania, nenhum país reconhece formalmente a Somalilândia como independente, exceto Taiwan.

A Etiópia, um país sem litoral desde a declaração de independência da Eritreia em 1993, tem contado com Djibouti para acessar portos. Na busca por diversificar suas conexões marítimas, a Etiópia, mesmo sem reconhecer formalmente a independência da Somalilândia, optou por negociar um acordo com o governo de fato.

O memorando de entendimento entre Etiópia e Somalilândia detalha o arrendamento de terras ao redor de Berbera para fins comerciais e militares. O contrato de arrendamento de 50 anos permitirá que a Etiópia construa infraestrutura e uma via de acesso ao porto.

Um aspecto notável do acordo é que Somalilândia receberá uma participação na Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea da África e membro da Star Alliance. Esse movimento é visto como um incentivo econômico para Somalilândia, embora possa atrair escrutínio internacional.

Conforme detalha o Paddle Your Own Kanoo, o acordo surge em meio a tensões existentes na região, especialmente entre Addis Ababa e Mogadíscio. Enquanto a Etiópia busca manter ligações marítimas cruciais, o acordo poderá tensionar as relações com a Somália, complicando ainda mais um cenário geopolítico já delicado.

A Ethiopian Airlines, envolvida em controvérsias em 2021 por supostamente transportar armas militares para o conflito em Tigray, permanece sob escrutínio. A companhia aérea nega veementemente essas acusações, atribuindo-as a uma conspiração para prejudicar sua reputação. Além disso, a empresa enfrentou alegações de maus-tratos e discriminação contra funcionários da minoria tigrina.

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