Estreante companhia aérea canadense tem 4 aviões impedidos de decolar e cancela voos

Uma das mais novas companhias aéreas regulares do Canadá, a Flair Airlines, teve aviões apreendidos e pode entrar numa espiral desafiadora, do ponto de vista de negócios.

Divulgação – Flair Airlines

A empresa Flair nasceu em 2019, saindo de uma companhia charter de cargas e passageiros, para se tornar uma low-cost, em mais uma iniciativa contra o trio que dominava o setor, então formado pela Air Canada, Air Transat e WestJet.

Esta reinvenção como companhia de baixo-custo veio através do fundo estrangeiro de investimento 777 Partners, que também é acionista da aérea australiana Bonza e dono do clube de futebol brasileiro Vasco da Gama. Inclusive, por conta disso, a Flair já foi acusada formalmente de não ser uma empresa canadense, mas conseguiu provar na justiça o contrário.

Agora, no entanto, o problema é outro e relacionado ao aluguel das aeronaves. Assim como a maioria das companhias aéreas do mundo, a Flair não tem aviões próprios, mas sim os aluga de financeiras e bancos, numa modalidade chamada de leasing aeronáutico. Informações iniciais dão conta que a Flair teria atrasado em 5 dias o pagamento de algumas aeronaves e o donos dela, os lessores, foram atrás dos aviões.

Ao menos 4 jatos, um em Waterloo, um em Edmonton e dois em Toronto tiveram a retomada de posse solicitada para um lessor com escritório em Nova Iorque. Com isso, a Flair precisou cancelar vários voos e irritou centenas de passageiros.

Em nota enviada ao Global News, a Flair informou que está remanejando os clientes em voos próprios e de terceiros, e dando a assistência adequada. Também foi informado que os pagamentos pendentes já estão sendo feitos, e que a retomada de posse foi feita sem qualquer aviso prévio.

Um fator interessante é que um atraso de 5 dias não costuma ser alvo de retomada de posse imediata, ainda mais na situação atual onde o número de aeronaves disponíveis para aluguel ainda é alto por causa da pandemia. A exemplo da Avianca Brasil, a retomada de posse aconteceu após atraso de quase 3 meses no leasing de alguns jatos. Ainda assim, pode ocorrer uma correria no mercado para tentar resgatar as aeronaves com medo de uma possível falência, recuperação judicial ou colapso operacional.

Até o momento não foram reportados movimentos para retomada de outros jatos, indicando que a empresa não está deixando a situação virar uma bola de neve.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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