Estressados ​​pelo ruído de aeronaves, lagartos comem mais e se movem menos, diz estudo

Foto: US Army e Yonhap

Uma equipe de pesquisa liderada pela Dra. Liz Aubrey, professora associada de biologia da Colorado State University, nos EUA, publicou os resultados de seu estudo sobre a ecologia de lagartos que vivem na região da base militar de Fort Carson, perto de Colorado Springs. A equipe verificou que os lagartos ficam estressados ​​com os ruídos de aeronaves, quando essas voam baixo, respondendo a esse estímulo comendo mais e se movendo menos.

Como parte do experimento, os pesquisadores decidiram fazer medições no 55º campo de treinamento (TA55) apenas durante um período específico de 23 a 25 de junho de 2021. Quando as aeronaves passaram a uma altitude de cerca de 20.000 pés, o ruído medido no solo variou de 33,9 a 112,2 dB, o que foi comparado ao nível de ruídos de uma orquestra ou motosserra.

Sem a passagem de aeronaves, o nível de ruído medido foi de 30,1 a 55,8 dB, semelhante ao nível de ruído de um refrigerador. Durante cerca de três minutos todas as manhãs e no início da tarde, os pesquisadores observaram os lagartos, mediram seu peso e tamanho e colheram sangue, diz a matéria da agência estatal coreana Yonhap.

As concentrações de cortisol, um hormônio de estresse, foram examinadas dentro de 3 a 10 minutos após a situação de estresse pelo barulho do avião ter ocorrido. As concentrações de glicose, cetonas e metabólitos ativos de oxigênio (ROM) também foram examinadas. Verificou-se que a concentração de cortisol no sangue aumentou rapidamente após o voo da aeronave, mas as concentrações de glicose, cetonas e ROM não foram afetadas.

A equipe de pesquisa concluiu que, quando expostos ao ruído das aeronaves, os lagartos exibem traços comportamentais claros, como mover-se menos e comer mais. “A ingestão compensatória permite manter os níveis de energia em situações estressantes”, disse a equipe de pesquisa. “Isso é importante porque o metabolismo, a atividade física, a reprodução e a recuperação hormonal requerem energia”.

Uma das autoras do artigo, Meggen Kepas, estudante de doutorado na Universidade Estadual de Utah, disse: “Este estudo mostra que o ruído (de aeronaves) tem um efeito fisiológico mensurável nos lagartos e que esses podem mudar sua atividade alimentar e comportamento. Isso mostrou que eles eram capazes de lidar com isso com algum grau de flexibilidade.”

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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