Ethiopian Airlines apela aos governos para acelerar a desregulamentação da aviação africana

A Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea da África, está apelando aos governos para acelerar a implementação da desregulamentação. Em uma entrevista ao Financial Times, o CEO da empresa descreveu a inexistência de um mercado africano livre que permita às companhias aéreas estabelecer bases fora de seus países de origem como “um grande obstáculo”, apesar dos acordos anteriores.

A África representa 18% da população mundial, mas apenas 2% do número de passageiros. De acordo com Mesfin Tasew, CEO da Ethiopian Airlines, isso se deve não apenas à falta de recursos financeiros entre a população, mas também à insuficiência de oferta de voos. A liberalização do espaço aéreo africano poderia abrir o caminho para “um rápido desenvolvimento da aviação”, acredita Tasew.

Em 2018, 34 países firmaram o acordo conhecido como Single African Air Transport Market. Entre os signatários estão os principais países do continente: Egito, Marrocos, Nigéria, Etiópia, Quênia e África do Sul. O objetivo era abolir as fronteiras internas para o tráfego aéreo, à semelhança do modelo europeu (desde 1993), para que as companhias aéreas não fiquem mais restritas ao seu país de origem para operar.

No entanto, seis anos após o acordo, ainda não há um mercado livre na África. Muitos governos protegem suas companhias aéreas locais e não permitem que empresas estrangeiras voem para países terceiros, muito menos estabelecem bases. Para voar de um país para outro, ainda são necessários acordos bilaterais a nível governamental.

A Ethiopian Airlines é líder de mercado no continente, com uma frota moderna de cerca de 150 aeronaves, incluindo o A350, o Boeing 787 Dreamliner e o Boeing 737 MAX. A Ethiopian transportou mais de 15 milhões de passageiros no último ano, um número superior ao registrado antes da pandemia. A companhia aérea tem grandes ambições de crescimento, esperando alcançar 65 milhões de passageiros anuais até 2035.

Ao longo dos últimos anos, a Ethiopian construiu uma extensa rede nacional e internacional. Na Europa, a companhia aérea opera voos para Atenas, Bruxelas, Dublin, Frankfurt, Copenhague, Londres, Madrid, Manchester, Moscou, Oslo, Paris, Zurique e Viena.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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