O diretor executivo interino da Agência de Segurança Aérea da Europa (EASA), Luc Tytgat, deu um aviso: a agência poderia suspender sua aprovação à produção de jatos da Boeing, se os problemas de segurança assim o exigirem, segundo informa portal Aviacionline.
Quando questionado se a EASA estaria preparada para deixar de reconhecer as aprovações dos EUA que declaram que os aviões da Boeing são construídos de forma segura, Tytgat disse: “Se necessário, sim”.
No entanto, ele demonstrou confiança após conversas recentes com a cúpula da Boeing, indicando um compromisso por parte do fabricante de aeronaves para lidar com sua última crise de segurança.
A FAA e a EASA regulam as fábricas de seus respectivos fabricantes de aviões – Boeing e Airbus – e reconhecem as aprovações de segurança um do outro, algo que ocorre de maneira similar entre estes e a ANAC com a Embraer.
Se uma das partes perder confiança nas verificações de conformidade da outra, pode solicitar consultas e, se as respostas não forem satisfatórias, suspender o reconhecimento automático mútuo após 30 dias.
De acordo com o relatado pela Reuters, uma interrupção na certificação mútua seria extremamente incomum. “Todas as ferramentas devem ser implementáveis assim que vemos a justificação ou situação que exige que tomemos medidas”, disse Tytgat, acrescentando que tal ação não era iminente.
Questionado sobre o que levaria a EASA a tomar tal decisão, Tytgat disse pessoalmente: “novos acidentes”. A FAA não comentou diretamente sobre as declarações de Tytgat, mas um porta-voz reiterou as declarações anteriores da agência de que a Boeing deve se comprometer com “melhorias reais e profundas”.
Tytgat porém não viu nenhuma ameaça imediata à certificação de produção da Boeing, no entanto. “Não vemos por que não pode ser mantido hoje”. Ele disse que teve uma discussão com altos executivos da Boeing na sexta-feira, e que foi tranquilizadora: “Vi uma mudança na gestão. Eles deram muito peso aos controles de qualidade, à qualidade do produto e realmente me tranquilizou a vontade da alta administração de mudar o controle de qualidade da produção”.
