A morte de um denunciante da Boeing veio à tona nesta noite de segunda-feira, dia 11 de março, poucos dias depois de ele ter exposto as práticas de produção questionáveis da renomada empresa.
Conforme relatado pela BBC, John Barnett, ex-funcionário da Boeing com 32 anos de serviço, faleceu recentemente. Ele trabalhou como gerente de qualidade na planta da Boeing em North Charleston, onde o 787 Dreamliner é fabricado, estava envolvido em um processo judicial contra a empresa, no qual pretendia testemunhar sobre as irregularidades encontradas.
Barnett apresentou uma série de evidências como denunciante, alegando que a Boeing estava deliberadamente usando peças de baixa qualidade em suas aeronaves, além de ter descoberto sérios problemas nos sistemas de oxigênio de emergência, o que poderia colocar em risco a segurança dos passageiros.
Segundo a BBC, Barnett expressou preocupação com a pressão para acelerar a produção de novas aeronaves, o que poderia comprometer os padrões de segurança. Ele também revelou que os trabalhadores não seguiam os procedimentos adequados para rastrear os componentes, permitindo que peças defeituosas fossem instaladas nas aeronaves.
Apesar de Barnett ter alertado seus supervisores sobre as questões levantadas, ele alegou que suas preocupações foram ignoradas pela empresa. No entanto, uma revisão realizada pela FAA em 2017 corroborou algumas das preocupações levantadas pelo denunciante, confirmando que dezenas de peças não conformes haviam sido utilizadas na produção das aeronaves, envolvendo o escândalo do 737 MAX.
Barnett, que tinha 62 anos, foi encontrado morto em Charleston, onde estava ficando por uns dias para dar seu depoimento às autoridades sobre o caso na Boeing. Segundo o legista responsável pela polícia do Condado de Charleston, ele foi encontrado no seu local de hospedagem com uma lesão auto-infligida, sem esclarecer se foi causada por arma de fogo, mas indicando que o ex-funcionário teria tirado sua própria vida hoje.
