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FAA pede modificações nas naceles, após falhas catastróficas de motor do Boeing 737 NG

A Administração Federal de Aviação (FAA) propôs novas regras que exigirão modificações nas naceles dos motores de aviões dos modelos Boeing 737 NG, após duas falhas de motor que resultaram em danos substanciais às aeronaves e uma fatalidade. As medidas foram tomadas para tornar os componentes da nacele mais robustos contra possíveis impactos de peças ejetadas em caso de falha do motor CFM56.

As novas diretrizes propostas pela FAA se aplicam a todos os 2.000 jatos 737 NG registrados nos Estados Unidos. As companhias aéreas terão que inspecionar e modificar as capas dos motores, entradas de ar e outros componentes das naceles, seguindo as recomendações da Boeing para torná-los mais resistentes a possíveis falhas da lâmina do fan do motor.

A Boeing já começou a redesenhar os componentes da nacele em resposta às duas falhas do CFM56-7B, ocorridas em 2016 e 2018. As propostas da FAA exigiriam que as companhias aéreas adotassem essas modificações da Boeing e também substituíssem acessórios, fixadores e conjuntos de contenção radial. Além disso, seria necessário efetuar alterações nos programas de manutenção.

As investigações atribuíram a falha do CFM56-7B a uma rachadura de fadiga em uma lâmina do fan que resultou em danos ao capô de proteção e na descompressão rápida da cabine, causando a morte de uma passageira.

Embora o incidente não tenha sido categorizado como uma falha de motor “não contida”, os resultados foram semelhantes a uma. Foi determinado que uma fissura de fadiga foi a causa da falha ocorrida em 2016, que não resultou em ferimentos.

Desde então, a FAA já havia emitido ordens para que as companhias aéreas realizassem inspeções ultrassônicas nas pás do fan do CFM56. No entanto, essas medidas não se endereçaram diretamente às falhas nas nacelas das aeronaves.

A Boeing está trabalhando em melhorias nas nacelas para tornar os componentes mais resistentes a impactos de pás de ventiladores e concluí-las até julho de 2028, conforme exigido pela FAA.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.