Família processa aérea por autorizar passageiro a voar pouco antes dele sofrer um derrame grave

Boeing 777-300ER da American Airlines

Uma família está processando a American Airlines após um homem sofrer um derrame grave, e com consequências para toda a vida, durante um voo da companhia de Miami para Madri, na Espanha. Eles alegam que o piloto autorizou o embarque sem obter primeiro o aconselhamento médico, apesar da esposa do passageiro ter levantado preocupações sobre seu estado de saúde pouco antes da decolagem.

Quase dois anos após o incidente, Jesus Plasencia ainda não consegue falar, escrever ou andar, necessitando de assistência constante para realizar atividades diárias como banho, uso do banheiro e alimentação, segundo informou o Paddle Your Own Kanoo, que teve acesso aos autos do processo movido pela família.

De acordo com a ação movida em um tribunal do norte da Califórnia, a família de Plasencia afirma que a companhia aérea desconsiderou as preocupações da esposa, o que resultou em um derrame durante o voo sobre o Oceano Atlântico.

Devido à posição isolada da aeronave, os pilotos não puderam realizar um desvio imediato para obter atendimento médico especializado para Plasencia, levando “muitas horas” até que o voo chegasse a Madrid, onde ele foi transportado para o hospital.

Plasencia permaneceu em estado crítico por três semanas antes de finalmente ser repatriado para os Estados Unidos. Sua recuperação, no entanto, ainda está em curso.

O incidente ocorreu em 8 de novembro de 2021, quando Plasencia e sua esposa estavam viajando de San Francisco para Madri, com escala em Miami. O primeiro voo transcorreu sem problemas, mas, pouco após o embarque no segundo voo em Miami, Plasencia “teve uma súbita incapacidade de pegar o telefone e começou a falar incoerentemente”.

Sua esposa temeu imediatamente que ele estivesse sofrendo um derrame e pediu ajuda aos comissários de bordo, mas quando a equipe chegou, Plasencia já havia recuperado a capacidade de falar e não tinha conhecimento do que acabara de acontecer.

Um comissário de bordo chamou um dos pilotos para avaliar a situação, mas segundo a ação, ele não pareceu levar as preocupações a sério.

Plasencia foi liberado para voar, embora, de acordo com o processo, a orientação médica oficial nunca tenha sido buscada. Assim como muitas companhias aéreas, a AA tem acesso a aconselhamento médico profissional 24 horas por dia, tanto a bordo quanto no portão de embarque, com médicos capazes de avaliar os sintomas e aconselhar sobre a melhor conduta a seguir.

Em casos de emergência médica, os comissários de bordo recorrem ocasionalmente a passageiros com treinamento médico para prestar assistência. Neste caso, a família de Plasencia afirma ter identificado um médico de viagem com 30 anos de experiência em lidar com emergências médicas durante viagens.

Apenas após o passageiro sofrer o derrame que alteraria sua vida é que a tripulação pediu a assistência dos passageiros com treinamento médico. Houve vários que se apresentaram para ajudar, mas a ação alega que eles comentaram sobre a falta de recursos contidos no kit médico a bordo da AA.

A família está processando a American Airlines por negligência e exige um valor não especificado em compensação.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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