Família processa aérea por negligência após passageira menor e deficiente ser abusada em voo

Imagem: Anna Zvereva, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Em uma ação legal que ecoa indignação e busca por justiça, os pais de uma adolescente com deficiência estão processando a Delta Air Lines por negligência e angústia emocional após sua filha ter sido vítima de abuso sexual durante um voo noturno de quatro horas de Los Angeles para Orlando em junho de 2022.

O autor do abuso, já condenado por um crime sexual, foi acusado de agredir sexualmente a jovem durante o voo. A família da vítima está buscando responsabilizar a Delta Air Lines pelo que consideram sua parcela de responsabilidade no incidente.

Desde o episódio, a vida da vítima, identificada apenas como ZB em documentos judiciais, e a de sua família têm sido marcadas por sofrimento. A adolescente enfrenta transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ataques de pânico e náuseas frequentes, além de um medo paralisante de voar.

ZB também desenvolveu comportamentos autodestrutivos, incluindo autolesão e uma aversão ao contato físico, recusando-se a abraçar familiares devido ao trauma vivido durante o voo 2954.

A família, que estava a caminho de uma visita aos avós em Orlando, teve sua jornada transformada em um pesadelo pela empresa aérea, segundo eles. Ao invés de permitir que a família permanecesse unida, a companhia separou-os, forçando a jovem vítima a sentar-se isoladamente, enquanto o abusador foi colocado ao seu lado.

O homem, já visivelmente embriagado ao embarcar, foi descrito como agindo de maneira inapropriada durante o voo, sendo que os comissários de bordo, ao invés de intervir de maneira adequada, continuaram a servi-lo de álcool, segundo reporta o Paddle Your Own Kanoo, que viu o processo.

O abuso começou quando as luzes da cabine foram apagadas, o homem supostamente começou seu ataque sexual à vítima, apalpando repetidamente seus seios, separando suas pernas e tocando seus órgãos genitais através de suas roupas, e ameaçando levá-la para o Texas, tudo isso enquanto esfregava as próprias mãos em seu próprio órgão genital.

A resposta da Delta ao incidente foi considerada inadequada pela família, com o homem sendo realocado apenas à frente da vítima, permitindo-lhe continuar a assediá-la. Apesar de ter sido informada sobre a situação, a tripulação não tomou medidas adicionais para conter o agressor.

Ao chegarem em Orlando, o desrespeito à segurança e ao bem-estar da vítima teria sido mais evidente, com o homem não sendo detido pela polícia e, ao invés disso, permitido a continuar a perturbar a vítima e sua família enquanto desembarcavam do avião.

O processo movido pela família busca responsabilizar a Delta pelas ações e omissões que resultaram em intenso sofrimento emocional para a vítima e sua família. A negligência da companhia aérea em garantir a segurança e o bem-estar de seus passageiros é vista como inaceitável.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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