Famílias das vítimas do 737 MAX reagem após reunião sobre possíveis ações criminais contra a Boeing

Foto: Boeing

Famílias das vítimas dos acidentes com o Boeing 737 MAX reagiram após uma reunião com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) sobre possíveis procedimentos criminais contra a fabricante de aeronaves Boeing.

O DOJ informou que ainda não havia decidido a direção que pretende seguir em relação à acusação contra a Boeing pelas mortes de 346 pessoas em dois acidentes que ocorreram cerca de cinco anos atrás.

Durante a reunião, as famílias expressaram grande preocupação com a possibilidade do DOJ negociar um acordo de confissão que poderia limitar ações futuras a multas, restituição e outras medidas de liberdade condicional ordenadas pelo tribunal. Elas pediram total transparência, incluindo um julgamento criminal por conspiração e outras possíveis acusações criminais contra a Boeing e seus executivos, responsáveis pelos dois acidentes.

Em uma reunião de sexta-feira com as famílias das vítimas dos acidentes da aeronave 737 MAX 8, os representantes do DOJ apresentaram as alternativas contra a Boeing como réu num processo criminal.

As famílias pediram justiça e responsabilização, instigando o DOJ a prosseguir com o processo criminal de maneira convencional, pedindo especificamente um julgamento público da Boeing dentro de 70 dias a partir de 7 de julho de 2024. As famílias também pediram um monitor especializado em aviação para ser colocado nas instalações da Boeing com capacidade para examinar retrospectivamente e prospectivamente os registros, a fim de aumentar a segurança.

Robert A. Clifford, fundador e sócio sênior da Clifford Law Offices e advogado principal no processo civil contra a Boeing pelo acidente na Etiópia, estava presente na reunião do DOJ em Washington, D.C., com os familiares. “O DOJ nos diz que ainda não decidiu como prosseguir contra a Boeing no futuro. As famílias têm pressionado fortemente o DOJ para processar a Boeing em vez de apoiar um acordo de confissão negociado. Na justiça para o DOJ, eles estão tentando muito ‘ouvir’ as opiniões das famílias. Então, esperamos que o DOJ saia desta reunião com um plano para processar por conspiração e quaisquer crimes relacionados“, disse.

Os promotores do DOJ concordaram em adiar a acusação em troca do cumprimento de certos requisitos de segurança pelos réus, mas no mês passado concluíram que a Boeing não cumpriu os requisitos estabelecidos no DPA. Isso significa que uma das alternativas é que as acusações criminais contra a corporação podem prosseguir no tribunal do distrito federal do Texas perante o juiz Reed O’Connor, que está supervisionando a questão criminal.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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