Fitch Ratings atribuiu a classificação “B” para as emissões de dívida de longo prazo da Avianca Group

A Fitch Ratings atribuiu as classificações “B” para as emissões de dívida de longo prazo em moeda estrangeira e local (IDR) da Avianca Group International Limited (Avianca) e de sua subsidiária de programa de fidelidade, LifeMiles Ltd. A Fitch também atribuiu a classificação B/RR4 para os títulos de saída garantidos sênior da Avianca, denominados Tranche A-1 e Tranche A-2, no valor total de US$ 1,7 bilhão, com vencimento em 2028, emitidos pela Avianca MidCo2 Limited.

A classificação “B” da Avianca reflete os riscos de alta ciclicidade da indústria, sua sólida posição de mercado na indústria de transporte aéreo de passageiros na América Latina, sua estrutura de custos enxuta, alavancagem moderada (relação dívida líquida/EBITDA ajustado permanecendo entre 3,0x-4,0x no horizonte de classificação) e posição de liquidez adequada, porém com flexibilidade financeira limitada.

As incertezas de médio prazo incluem a capacidade da Avianca de manter suas margens operacionais sólidas enquanto retoma seu crescimento empresarial após o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos e em um ambiente de negócios mais desafiador e aumento dos preços do combustível.

Riscos de execução contínua relacionados à sua nova estratégia de negócios, que busca se tornar uma companhia aérea de baixo custo, também estão presentes na análise, mas os resultados dos últimos trimestres têm mostrado bom progresso e dinâmica favorável.

Destaques das classificações:

Riscos da indústria acima da média: A indústria de transporte aéreo é inerentemente um setor de alto risco, dado que é um negócio cíclico e intensivo em capital, com diversos desafios estruturais e também está sujeito a choques externos. Custos fixos elevados combinados com variações na demanda e nos preços do combustível geralmente resultam em lucratividade e fluxos de caixa voláteis. A exposição às flutuações cambiais para as empresas da América Latina constitui um risco adicional, já que a maioria de seus custos é denominada em dólares e uma grande parte de seu fluxo de caixa operacional geralmente é na moeda local. A história de diversos processos de reestruturação da dívida no setor de transporte aéreo na região nos últimos anos destaca os riscos.

Posição de mercado regional diversificada: O modelo de negócios da Avianca combina uma marca sólida e uma operação grande na Colômbia, na América Central e na América do Sul. Sua diversificação geográfica permitiu que a empresa girasse a capacidade dentro da região e mantivesse consistentemente sólidas taxas médias de ocupação de 80%-82% nos últimos anos. A diversificação dos negócios da empresa é considerada adequada, com passageiros domésticos e internacionais representando cerca de 46% e 31% das receitas da empresa durante os primeiros nove meses de 2023, enquanto as operações de carga e o programa de fidelidade e outros representaram aproximadamente 20% e 2% de suas receitas totais. No mesmo período, cerca de 43% das receitas da Avianca foram originadas na Colômbia, 19% na América Central, 17% nos EUA, 15% na América do Sul e 6% no resto do mundo.

Nova Estratégia de Negócios: A Avianca tem o desafio de comprovar seu novo modelo de negócio em diferentes cenários macroeconômicos e/ou de preços do combustível. A Avianca tem trabalhado para se tornar uma companhia aérea de baixo custo, com foco em uma operação estreita simplificada e eficiente em custos, com poucas exceções. Aumento da utilização da aeronave para cerca de 12 horas por dia e densificação da frota, com um aumento de cerca de 20% nos assentos por aeronave, têm sido um pilar fundamental do objetivo da empresa de alcançar o Cask ex-combustível de 3,4 centavos. Devido a avaliações de câmbio, pressões inflacionárias, mudanças na rede e custos mais altos de contratos de leasing, a empresa já revisou essa orientação inicial para uma faixa de 3,7-3,8 centavos até o final de 2023. Em 30 de setembro de 2023, 100% dos narrowbodies da Avianca já estavam reconfigurados, a utilização de aeronaves estava entre 11h-12h/dia e o Cask ex-combustível era de 3,9 centavos.

Operações Fortalecidas: A Fitch espera que o fluxo de caixa operacional da Avianca melhore em 2023 devido ao sólido nível de tráfego doméstico, preços do combustível relativamente mais baixos, eficiências de custo e expansão da capacidade. A Fitch estima que o EBITDA ajustado da Avianca fique em torno de US$ 1,2 bilhão em 2023 e US$ 1,3 bilhão em 2024, um aumento em relação a US$ 639 milhões em 2022 e US$ 602 milhões durante 2019 (pré-pandemia).

O relatório completo pode ser visto no site da Fitch Ratings.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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