O Governador e o Estado da Flórida estão em uma aparente investigação sobre o mal uso de aeronaves estaduais para fins pessoais e escusos. A apuração está sendo feita pelo Governo Federal dos EUA através da FAA, que é a Administração Federal de Aviação do país.
Segundo um piloto que trabalhava para o Secretaria de Segurança Pública da Flórida, Robert Robbins, os federais vieram até ele fazer questionamentos sobre seus voos quando estava trabalhando para o governo estadual. Robert hoje está com um processo judicial trabalhista contra o Estado, após ser afastado e reprimido por apontar situações inseguras no trabalho.
Um destes afastamentos ocorreu quando ele foi chamado para pegar um avião do estado e fazer uma busca numa fazenda por uma vaca que havia fugido. O animal seria propriedade do Governador Ron DeSantis.
Ron tem estado na mídia nos últimos anos após se opor a Donald Trump dentro do Partido Republicano e querer ter a chance de ser o representante do partido conservador na corrida eleitoral para a Casa Branca no ano que vem. Ele também defende políticas rígidas anti-imigração, antiaborto e pró-armas. E, inclusive, teria usado aviões do estado para fazer valer de uma destas políticas.
O site MSN reporta que tanto Robert como outros pilotos relataram ser obrigados a pegar um avião monomotor Cessna para realizar buscas no mar ao sul de Florida Keys (que é o território mais ao sul dos EUA) em busca de barcos ilegais vindo com imigrantes.
Esta função, por lei, é de competência da Guarda Costeira e, se considerar o espaço aéreo, é da Guarda Aérea Nacional, que já responde diretamente ao governador e no caso da Flórida tem caças F-15 Eagle.
Porém, o uso destes caças tem a supervisão da Força Aérea dos EUA, tem uma hora de voo muito mais cara que qualquer monomotor da Cessna e, com isso, o governador estaria evitando o acionamento de forças federais, incluindo também a Guarda Costeira. Outras acusações incluem a compra e aluguel de aeronaves inadequadas, além do fretamento de voos para levar os imigrantes ilegais da Flórida para outros países.
A FAA por sua vez não quis comentar o assunto, não confirmando se existe ou não uma investigação de fato ocorrendo. O governador também não se posicionou até o momento.
