Uma greve confirmada para um dos principais fornecedores da indústria aeronáutica pode trazer uma nova dor de cabeça para Airbus e Boeing.
A Spirit Aerosystems, empresa americana baseada no Kansas, um dos berços da aviação mundial, foi informada hoje que uma greve foi autorizada pelos trabalhadores após uma rejeição de uma nova proposta de Convenção Coletiva de Trabalho. A votação pela nova CCT teve 79% de rejeição, e uma votação seguinte foi de 85% para deflagração de uma greve após a rejeição da proposta feita pela empresa.
Atualmente, a Spirit fabrica a fuselagem completa do 737, incluindo o 737 MAX, e também a parte dianteira da fuselagem de alguns aviões como o 787 Dreamliner e o 777X.
Já com a Airbus, o contrato da Spirit é para componentes das asas do A220 e do A320, e também painéis da seção central do A350. Mas a fabricante francesa é menos exposta, já que a greve foi deflagrada apenas pelo sindicato do Kansas, e a maioria das peças fornecidas pela Spirit para a Airbus são feitas em outros estados ou em unidades no exterior.
O jornal Seattle Times alertou que, como a fuselagem do 737 é feita inteiramente no Kansas, a Boeing pode ter a produção do modelo paralisada ou ao menos atrasada, caso um acordo não seja feito e a greve ocorra ou perdure por muitos dias.
Do Kansas, as fuselagens do 737 seguem de trem até Seattle, onde a Boeing monta o jato com asas, motores e cauda vindo de outros fornecedores.
